Folha de S. Paulo


Indústria de frango aposta em países islâmicos para aumentar exportações

TATIANA FREITAS (INTERINA)

Os produtores brasileiros de carne de frango apostam em um nicho de mercado para aumentar as suas exportações: o de abate halal.

O termo identifica alimentos produzidos de acordo com os preceitos do islamismo.

Com 35 anos de experiência no abate halal, o Brasil é o maior exportador de carne de frango nesse modelo, cujas vendas costumam ter preços acima do tradicional.

O país atende a grandes mercados, como a Arábia Saudita, e pretende aproveitar o know-how para exportar a outros países com potencial de crescimento.

Ontem, a Ubabef (associação dos produtores e exportadores de carne de frango) anunciou a abertura do Paquistão -nação com uma população de 175 milhões de habitantes, dos quais 95% são muçulmanos.

Com um consumo per capita baixíssimo, de 4,5 quilos por habitante ao ano, o Paquistão ainda está longe de ser um grande importador -no Brasil, por exemplo, o consumo é de 42 quilos ao ano.

Editoria de Arte/Folhapress

Mas os exportadores acreditam que podem desenvolve-lo. "Os paquistaneses pagam um preço muito alto pelo frango produzido localmente. Nossos produtos chegarão lá mais competitivos", diz Francisco Turra, presidente da Ubabef.

Neste ano, a entidade pretende obter autorização para exportar a outros países com características semelhantes, como Indonésia, Mianmar e Malásia. Até o final deste mês, uma missão malasiana chega ao Brasil para avaliar 14 unidades que fazem o abate halal, como parte do processo de habilitação.

No ano passado, as exportações de frango halal cresceram 9,5%, bem acima da média do setor (3,5%).

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Para o futuro A abertura do Paquistão para o frango brasileiro é uma boa notícia, mas ainda não deve contribuir para as estatísticas de exportações de 2014 –que sofrem com a queda nos preços.

Números Neste mês, a receita com os embarques de carne de frango caem 2,9%, apesar do aumento de 16,8% nos volumes, segundo dados da Secex, pela média diária.

Recuperação Já a receita com a exportação de carne suína sobe 7% até a segunda semana de março, após a queda de 11% em fevereiro.

Em alta A exportação de carne bovina continua forte, com alta de 7% neste mês, e dá fôlego ao preço do boi gordo, que voltou a subir ontem.

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Biodiesel cai e evita maior alta do diesel, diz Abiove

A ociosidade das indústrias de biodiesel e a queda do óleo de soja derrubam o valor do biocombustível.

O óleo de soja cai 16% em 12 meses em Chicago devido à maior competição do óleo de palma como matéria-prima na produção de biodiesel.

Editoria de Arte/Folhapress

No mesmo período, a queda nos preços do biocombustível é de 18% no país, segundo dados da Abiove, das indústrias de óleos vegetais.

Para a Abiove, não fossem a mistura de biodiesel no diesel e seus preços mais baixos, maior seria a alta no preço do diesel ao consumidor. O diesel mineral subiu 15% nas distribuidoras em 2013, ante queda de 26% do biodiesel.

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Preço sobe

Alta da carne puxa demanda por ovos

Os preços dos ovos permanecem em alta. A diminuição na oferta e a melhora na demanda, impulsionada pelo aumento nos valores da carne bovina e de hortaliças, mantêm o preço do produto elevado. Segundo o Cepea, de 7 a 14 deste mês, o preço do tipo extra branco subiu 8,8% na Grande São Paulo.


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