Folha de S. Paulo


Produtoras de vinho do Brasil se unem para vender ao Japão

Em uma ação conjunta, e inédita, duas produtoras brasileiras de vinho começam a buscar o mercado japonês com visão de longo prazo.

Selecionadas pela importadora Ikemitsu, que esteve no Brasil em busca de parceiros em junho último, Casa Valduga e Miolo fazem o primeiro embarque de vinhos para o mercado japonês no próximo mês.

O Japão já estava no foco das exportações do Brasil, mas agora a Ikemitsu, devido à grande participação no mercado de bebidas japonês, ampliará a presença do vinho brasileiro naquele país, avaliam as empresas brasileiras.

O trabalho de exportação de vinho pelo Brasil não é fácil, mas vai ganhando espaço, afirma Elisa Walker, gerente de exportação da Casa Valduga.

A presença de uma importadora grande, como a Ikemitsu, e que está há 30 anos no mercado, vai dar maior capilaridade ao vinho brasileiro, acrescenta ela.

"Por ser uma empresa que se identifica com o mercado de bebidas, a Ikemitsu vai posicionar bem o produto brasileiro e permitir uma agregação de valor", diz Elisa.

Morgana Miolo, gerente de relações internacionais da Miolo, diz que a parceria entre empresas brasileiras na busca do mercado externo é importante porque abre caminhos ao produto nacional.

"Afinal, o Brasil ainda não é reconhecido no exterior como produtor de vinhos." No caso do Japão, além da distância, há uma grande diferença de cultura.

Essa parceria é importante porque com ela a oferta de vinhos se complementa. Além disso, é possível planejar onde o vinho vai estar: hotéis, restaurantes, lojas especializadas ou supermercados, aponta Morgana.

Aproveitando o fato que o Brasil estará na mídia internacional no próximo ano, principalmente devido à realização da Copa do Mundo, Casa Valduga e Miolo têm grandes planos para o mercado japonês.

A primeira espera colocar 40 mil litros no país asiático em 2014, enquanto a Miolo quer vender 100 mil litros. A atração dos japoneses pelo futebol poderá auxiliar na venda do produto brasileiro.

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Melhora a oferta de feijão, e preços recuam no campo

A oferta de feijão melhorou, principalmente no Estado de São Paulo, e os preços vêm recuando. A saca do produto comercial está entre R$ 100 e R$ 115, enquanto o feijão de melhor qualidade se mantém em R$ 130.

Vlamir Brandalizze, da consultoria Brandalizze, diz que a redução de preços na lavoura já começa a chegar ao varejo. Essa queda deverá aquecer um pouco mais a demanda, inibindo novas reduções de preço.

Brandalizze diz que a alta nos preços do feijão ocorreu devido a uma oferta menor do produto neste ano.

Na próxima safra, no entanto, esse cenário poderá mudar porque os preços baixos do milho poderão levar mais produtores ao cultivo da leguminosa.

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Suporte Há uma década, a China começou a dar um suporte à produção de grãos, eliminando taxas, fazendo pagamentos diretos a produtores e subsídios para sementes e para máquinas.

Ainda mais Em 2012, esse suporte já somava US$ 75 bilhões, 11% do valor da produção do setor no país, segundo o Usda (Departamento de Agricultura dos EUA).

Leilão A fazenda Daterra realiza o primeiro leilão internacional on-line de cafés especiais. Serão colocadas em oferta 60 sacas das 108 mil produzidas neste ano.

Interesse O leilão será feito na plataforma Stoneworks no dia 19 e já tem 40 importadores inscritos.

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Alta Gado em fazenda em São José dos Campos (SP); preço do boi subiu para R$ 110 no mercado paulista ontem, segundo a Informa Economics FNP


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