Folha de S. Paulo


Saldo resiste, mas importação agrícola sobe

A situação da balança comercial se deteriora a cada dia, e as estimativas para o setor já indicam deficit.

O setor agropecuário, no entanto, mantém um bom ritmo de vendas e impede um desequilíbrio ainda maior na balança comercial brasileira.

Mas o avanço do Brasil no mercado externo de commodities gera cada vez mais gastos nas importações de insumos para esse setor.

Os dados das principais 40 empresas exportadoras brasileiras indicam uma evolução de 1% nas receitas de janeiro a junho deste ano em relação a igual período do ano passado.

Nesse mesmo período, as 18 empresas voltadas para o agronegócio venderam US$ 24,3 bilhões ao exterior, 23% mais do que em 2012, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

O grande desastre ficou para o setor de petróleo e derivados, em que as exportações recuaram para US$ 9,2 bilhões, 36% menos do que em igual período de 2012.

Esse quadro ruim se deve aos desequilíbrios nas contas da Petrobras, que exportou o correspondente a apenas US$ 6,2 bilhões neste ano, mas importou US$ 20,4 bilhões.

O deficit da empresa de US$ 13,9 bilhões neste ano supera em 140% o de janeiro a junho do ano passado.

O setor de mineração, com a desaceleração da economia mundial e da China -esta a principal importadora do Brasil nesse segmento-, manteve-se estável.

As exportações somaram US$ 17,1 bilhões, 1% menos do que em 2012. A Vale, principal empresa exportadora, obteve receitas de US$ 12,2 bilhões, 2% mais do que de janeiro a junho de 2012.

As carnes também têm bom desempenho neste ano, com as quatro principais empresas do setor atingindo vendas de US$ 5,9 bilhões.

Mas a evolução da lavoura brasileira força os gastos com importações. As quatro principais empresas importadoras de fertilizantes compraram US$ 2,1 bilhões no ano, 17% mais do que em 2012.

Já as aquisições de máquinas agrícolas da John Deere e da CNH somaram US$ 1 bilhão, alta de 16%.

As três grandes do setor de insumos de proteção às lavouras (Syngenta, Basf e Bayer) importaram o correspondente a US$ 1,9 bilhão, 43% mais do que de janeiro a junho do ano passado.

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Suco As exportações acumuladas da empresa Sucocítrico Cutrale atingiram o correspondente a US$ 890 milhões de janeiro a junho, segundo dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Acima Ao atingir esse valor financeiro, a Cutrale obteve evolução de 74% nas receitas do ano em relação a 2012. Já a Citrosuco teve exportações de US$ 467 milhões no período, com alta de 46%, segundo o órgão do governo.

PIB agrícola O Produto Interno Bruto do agronegócio brasileiro teve evolução de 3% nos quatro primeiros meses deste ano em relação a igual período de 2012.

O que mais cresce Os dados são da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Insumos A agropecuária teve alta de 5% no período, segundo os dados das duas entidades. O estudo mostra, ainda, que o PIB do setor de insumos cresceu 3,3%, e o de distribuição, 2,3%.

Trigo Relatório de ontem da Bolsa de Cereais de Buenos Aires indica que os argentinos semearam 87,4% da área de 3,9 milhões de hectares que serão destinados ao trigo. No ano passado, foram 3,6 milhões.

Mercado O trigo foi negociado a US$ 6,61 por bushel (27,2 quilos) ontem, 0,7% menos do que no dia anterior. Em 12 meses, o cereal acumula queda de 27% na Bolsa de Chicago.

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Feijão
Preço tem alta nas praças de negociação

O preço do feijão voltou a subir nas lavouras do país. Segundo pesquisa realizada pela Folha, o carioquinha tipo 1 extra está sendo comercializado, na média, a R$ 211,33, com aumento de 1% em sete dias.

A falta de feijão em algumas regiões produtoras explica a alta nos preços da commodity.


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