Folha de S. Paulo


Exportador de frango eleva preço e ganha receita

O primeiro semestre foi de recuperação na rentabilidade para os exportadores de carne de frango.

Após ter as margens de lucro reduzidas no ano passado, devido à forte alta no preço dos grãos, as indústrias repassaram o aumento dos custos para os importadores, pelo menos parcialmente.

Em junho, o preço médio de exportação da carne "in natura" aumentou 16% em relação ao mesmo mês de 2012, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

Segundo Francisco Turra, presidente da Ubabef (associação dos produtores e exportadores de frango), a evolução não é resultado da recente valorização do dólar.

"Como os custos haviam subido muito para todos os exportadores, não só para o Brasil, não havia outra saída a não ser recuperar os preços em dólar", disse. Os reajustes mais significativos, diz ele, foram feitos a partir de abril.

O aumento de preço permitiu uma melhora na receita com exportações. De janeiro a junho, foram exportados US$ 3,6 bilhões em carne de frango "in natura", alta de 9% em relação a igual período de 2012, segundo a Secex.

Considerando também as vendas de carne industrializada, ainda não divulgadas pelo governo, Turra estima uma evolução de 7% na receita com os embarques.

Já o volume vendido ao exterior caiu cerca de 5% no primeiro semestre, segundo a Ubabef. "Esse recuo já era esperado", afirma Turra.

Para aumentar o volume embarcado, o setor aposta na abertura do mercado mexicano. O país já anunciou isenção de tarifas de importação para uma cota de 300 mil toneladas, que deverão ser compradas em um ano.

Afetado por focos de gripe aviária, o México precisa recorrer a novos fornecedores, além dos EUA -seu tradicional exportador-, para abastecer o mercado local.

Turra estima que o Brasil possa ficar com 200 mil toneladas da cota total.

*

Estagnado 1 A recuperação nos preços de exportação do frango não é suficiente para animar investimentos no setor. Como o consumo no Brasil continua estagnado, a produção também se mantém estável, segundo Francisco Turra, da Ubabef.

Estagnado 2 O preço do etanol hidratado teve leve queda de 0,9% nas usinas nesta semana, enquanto o anidro subiu 0,4%, segundo o Cepea. Nos postos de São Paulo, o álcool caiu 0,39%, mostra pesquisa da Folha.

Recuperação O minério de ferro subiu 5% nesta semana no mercado à vista chinês, para US$ 122,60 por tonelada. Com o nível dos estoques defasado, siderúrgicas foram às compras.

*

Preços agrícolas avançam no atacado

Os preços agropecuários subiram 1,46% no atacado em junho, segundo o IGP-DI, divulgado ontem pela Fundação Getulio Vargas. Em maio, eles haviam recuado 0,75%.

Apesar de a taxa ter superado a sua expectativa para o mês de junho, de 1,27%, o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, espera desaceleração nos preços agropecuários a partir de julho.

Produtos que subiram bastante no mês passado, como a soja (11%) e o óleo de soja (21%), devem diminuir o ritmo de alta. Além disso, itens que já mostraram deflação, como o tomate (-21%), podem intensificar a queda.

Por outro lado, alimentos que apresentaram altas tímidas em junho, como a carne bovina (2%), podem subir mais nos próximos meses, ressalta o economista.

*

Para baixo

Preços têm nova queda na Ceagesp em junho

Os preços médios praticados na Ceagesp voltaram a cair. No mês de junho, o índice recuou 3,8%.

Com exceção dos pescados, todos os outros setores tiveram redução nos preços. O grupo de verduras apresentou a maior queda, com 16,3%.

Legumes e frutas recuaram respectivamente 11,1% e 1,5%.


Endereço da página: