Folha de S. Paulo


Importação de fertilizante sobe 31% no semestre

Para evitar um caos logístico nos meses que antecedem o plantio da principal safra de grãos, as indústrias anteciparam as compras de fertilizantes neste ano.

As importações de adubos e fertilizantes somaram US$ 4,2 bilhões neste primeiro semestre, de acordo com dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior).

O valor é 31% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado e supera em 17% o apurado no primeiro semestre de 2011, quando a entrega total de fertilizantes alcançou o recorde de 28,3 milhões de toneladas no país.

O resultado indica uma tendência no setor: a compra antecipada dos insumos.

"As condições dos nossos portos estão muito ruins. Para escapar desse gargalo, os misturadores têm de antecipar cada vez mais a logística", diz Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da AMA (Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil).

No ano passado, principalmente entre julho e agosto, formaram-se longas filas de navios contendo fertilizantes à espera de espaço para atracar no porto de Paranaguá (PR), que recebe aproximadamente metade dos adubos importados pelo Brasil.

Em alguns Estados, chegaram a ser registrados atrasos na entrega dos insumos aos agricultores, que começam a plantar a safra de grãos entre setembro e outubro.

Segundo Florence, um navio está demorando cerca de 40 dias para atracar em Paranaguá ou em Santos. "Em maio ou em junho, mesmo que o procedimento nos portos demore, os insumos chegam a tempo para serem utilizados na próxima safra."

A boa renda do produtor, após uma safra de preços elevados para os grãos, também explica a antecipação da compra dos insumos.

O Brasil busca no exterior cerca de 75% dos nutrientes que usa como adubo. Como a área cultivada com grãos será recorde na próxima safra, a necessidade de importação também é crescente.

Florence estima que as compras de adubos e de fertilizantes do exterior vão chegar a 20 milhões de toneladas neste ano, superior às 19,5 milhões de toneladas contabilizadas em 2012.

Até maio, haviam sido importadas cerca de 8 milhões de toneladas -o volume importado em junho ainda não foi divulgado pela Secex.

Editoria de Arte/Editoria de Arte/Folhapress

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Peixe na mesa As importações de peixes e crustáceos também estão em alta. Em valores, o aumento foi de 42% em junho, pela média diária, em relação ao mesmo período de 2012, segundo a Secex. No ano, as importações do setor sobem 8%.

Para fora Erasmo Battistella, presidente da Associação dos Produtores de Biodiesel do Brasil, acaba de fazer a primeira exportação do biocombustível para a Europa: foram embarcadas 8.220 toneladas para o porto de Roterdã, na Holanda.

Teste Ao operar com ociosidade de 55%, Battistella busca alternativas ao mercado brasileiro. Ele diz, porém, que a margem de lucro é baixa e que faz um "teste" no mercado externo. Para buscar preços mais competitivos, ele tenta reunir um grupo de usinas para exportar.

Recuo Os preços globais dos alimentos caíram 1% em junho, ante maio, segundo a FAO (braço das Nações Unidas para a agricultura).

Mais barato As cotações dos cereais, do açúcar e de lácteos foram as principais influências de baixa. Já o índice da FAO para as carnes apontou uma alta de 2% em junho em relação a maio.

Mais crédito Produtores do semiárido terão uma linha de crédito específica. O governo anunciou ontem a liberação de R$ 3 bilhões a taxas de juro reduzidas.

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Cesta básica
Preço tem nova queda, segundo o Dieese

Pelo segundo mês consecutivo, os preços dos gêneros alimentícios essenciais apresentaram retração.

Segundo pesquisa do Dieese, os preços caíram em 10 capitais, das 18 analisadas no mês passado.

Oito cidades tiveram alta. O tomate, que ficou mais barato em 14 capitais, foi um dos destaques de queda.


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