Folha de S. Paulo


Apesar do clima, EUA elevam área de milho

Os novos números de área de plantio dos Estados Unidos não são nada confortáveis para os brasileiros.

Os dados de ontem indicam um recorde de 31,5 milhões de hectares para soja e de 39,4 milhões para o milho. Quanto ao cereal, os EUA elevaram em 39 mil hectares a área estimada em março, que é a maior desde 1936.

Consideradas as áreas desses dois produtos e as estimativas de produtividade, os produtores norte-americanos vão ter safra recorde.

A produção de milho deve atingir 354,3 milhões de toneladas, enquanto a de soja sobe para 93,2 milhões.

Daniele Siqueira, analista da AgRural, lembra, no entanto, que muita coisa pode acontecer com a safra dos Estados Unidos.

Boa parte do plantio de milho foi feito muito apressadamente em uma janela de tempo bastante curto. Se houver qualquer problema climático no período crítico de desenvolvimento dessa lavoura, a produtividade vai cair.

No caso da soja, o plantio também foi feito em um período de muita chuva e o Usda ainda deve reavaliar essa área no próximo mês.

Segundo Daniele, o órgão dos EUA ainda não teve tempo adequado para avaliar a área de soja porque muitos produtores ainda estão em fase de plantio.

Após essa reavaliação, o Usda poderá chegar a um número mais perto do estimado pelo mercado, que é de 31,6 milhões de hectares.

Mas se de um lado os números de plantio prometem uma safra "cheia", os de estoques colocam o volume físico em um patamar baixo.

Os EUA tinham 70,2 milhões de toneladas de milho no início deste mês, o menor volume registrado pelo Usda desde 1996.

O volume de soja recuou para 11,8 milhões de toneladas, o menor desde 2004. Cruzando os dados da oferta --menor devido à quebra de safra-- com os de consumo, os EUA utilizaram 86% da oferta inicial de soja, um percentual até então não atingido, segundo Daniele.

O consumo, em números absolutos, foi de 75,5 milhões de toneladas de setembro a maio, o terceiro maior depois dos 78,2 milhões de 2010/11 e dos 80 milhões de 2009/10.

O forte consumo e os armazéns vazios nos EUA estão segurando os preços da oleaginosa no curto prazo.

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Mudança de rumo Após seis semanas em queda, o preço do álcool voltou a subir nas bombas dos postos de São Paulo. A alta foi de 0,34% na semana e reflete a elevação de preços nas usinas.

*Ainda favorável*lO preço médio do litro foi a R$ 1,795, conforme pesquisa da Folha. Mesmo com essa elevação, abastecer com álcool é mais vantajoso do que a utilização da gasolina, que vale, em média, R$ 2,758 por litro em São Paulo.

Cana O valor médio do ATR (Açúcar Total Recuperável) acumulado até junho para a cana entregue neste mês é de R$ 0,4426 por quilo, uma alta de 0,23% em relação ao valor acumulado até maio.

Preços O aumento de área no plantio de grãos nos EUA, ante março, derrubou o valor dos contratos dessas commodities no segundo semestre em Chicago. Os primeiros contratos, no entanto, tiveram alta devido aos baixos estoques físicos mostrados ontem pelo Usda.

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Demanda aquecida eleva preço do leite

A demanda por leite é forte e surpreende o mercado. O resultado é uma alta nos preços, principalmente porque esse é um período de entressafra e de menor oferta.

Esse cenário elevou o preço médio do leite para R$ 1,0178 neste mês no campo nos sete Estados pesquisados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

A alta foi de 3,3% em relação ao valor negociado em maio e de 11,7% em relação a junho do ano passado, já descontada a inflação.

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Sobe Plantação de trigo em Catuípe (RS); preço da commodity encerrou o mês de junho com valorização de 7,7% no mercado interno, segundo a Folha


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