Folha de S. Paulo


É um absurdo comparar Jô a um marginal

Ale Frata/Código19/Folhapress
Gol de Jô - Partida entre Corinthians e Vasco, válida pela 24ª rodada do Campeonato Brasileiro
Jô comemora o gol contra o Vasco, em partida do Campeonato Brasileiro no Itaquerão

O Corinthians é um ótimo exemplo da relação entre desempenho e resultado. No primeiro turno, o time jogou bem, mas o resultado foi muito superior ao desempenho.

Nas quatro primeiras partidas do segundo turno, ocorreu o contrário, o desempenho, apesar de pequena queda técnica, foi superior ao resultado. Após a vitória sobre
o Vasco, o mais provável é que desempenho e resultado se aproximem e que a equipe ganhe mais do que perca, o que a levaria ao título do Brasileiro. Esta dissociação entre desempenho e resultado tem inúmeras razões, algumas inexplicáveis.

Nesta quarta, na Argentina, contra o Racing, o Corinthians, por ter empatado por 1 a 1 em casa, corre muitos riscos de ser eliminado da Copa Sul-Americana, como aconteceu na Copa do Brasil, para o Inter.

No mundo ideal, Jô diria ao árbitro que a bola bateu em seu braço, e o gol seria anulado. No mundo real, quase todos os atletas, de todo o mundo, e não apenas Jô, na emoção da partida, com chance de marcar o gol da vitória, seguem, conscientes ou inconscientes, seus desejos e fazem o gol, mesmo de forma irregular. É um atenuante, mas não se justifica. Deveria ser diferente. Temos de cobrar de todos os atletas e de todos os cidadãos condutas corretas e éticas. Por outro lado, massacrar Jô e compará-lo a um corrupto que planeja a desonestidade é um linchamento moral.

gol

O árbitro de vídeo é necessário. Porém, antecipar seu início, no meio do Campeonato Brasileiro, por causa do gol irregular de Jô, é apressado e pode ser desastroso.

EMPATE É BOM
O empate, em casa, por 0 a 0, é melhor que 1 a 1, mas não foi bom para o Botafogo, já que o Grêmio, em Porto Alegre, tem mais chance de vencer.
Já o empate do Santos, contra o Barcelona, por 1 a 1, no Equador, foi muito bom, pois basta vencer ou mesmo empatar, na Vila, por 0 a 0. Prefiro o fim da regra do gol valer mais fora de casa, pois muda a maneira de jogar dos times e, com frequência, define a classificação. Alguns acham que é melhor, em casa, empatar por 0 a 0 que ganhar por 2 a 1. Parei!

ESPERANÇA
Tite, ao comparar a convocação de Arthur com a de Gabriel Jesus, que logo conquistou seu lugar, revela a esperança do técnico, que também é a minha, de que Arthur se torne, quem sabe já na Copa, o meio-campista que falta à seleção.

Paulinho é ótimo no desarme e na chegada ao ataque para fazer gols, e Casemiro é excelente para proteger a defesa e dar o passe inicial da jogada ofensiva. Arthur poderá ser a ligação entre a saída de bola e a chegada à área adversária. Sobraria Renato Augusto, que caiu de produção.

Outra alternativa é trocar um volante (Renato Augusto) por um meia de ligação pelo centro (Coutinho).

Tite convoca pela qualidade técnica e muito pelo posicionamento tático. Por ser um armador, Diego, sem merecer, foi chamado para ser o reserva de Coutinho, caso ele jogue pelo meio, já que Luan é mais um segundo atacante. Já Tardelli, por ser um atacante pela esquerda, que entra pelo centro para finalizar, foi chamado para ser o reserva do reserva de Neymar, já que a primeira opção seria Coutinho, entrando William pela direita. Coutinho, se não for o titular pela direita, será o primeiro reserva de William, de Neymar e também de Renato Augusto, mudando o desenho tático. É o 12º titular.

Tite pensa na frente e em tudo.


Endereço da página:

Links no texto: