Folha de S. Paulo


Até a Copa, dificilmente haverá grandes mudanças nas equipes

Começou no sábado (17), na Rússia, a Copa das Confederações, sem o Brasil e com a Alemanha com um time de jovens.

Apesar do prestígio do presidente Vladimir Putin, no poder há 18 anos, veremos, como no Brasil, em 2013, muitos protestos contra a corrupção e contra os enormes gastos na construção dos estádios para a Copa do Mundo. São dois países corruptos. A Lava Jato é nossa esperança.

Dificilmente, haverá, até a Copa, grandes mudanças na maneira de jogar das equipes que irão ao Mundial e na escalação de novos jogadores, que ainda não atuaram por suas seleções. Alemanha, França, Espanha e Brasil são favoritos. A Argentina poderá evoluir e entrar no grupo dos mais fortes. Itália, Bélgica, Portugal, Inglaterra e outras estão um pouco abaixo.

A Alemanha sente as ausências de Klose, Schweinsteiger e Lahm. Entre os jovens, as principais esperanças são o armador Kimmich, reserva do Bayern e titular da seleção na lateral direita, e o ponta Sané, do Manchester City.

O problema da França é seu técnico, Didier Deschamps, por suas escolhas equivocadas. Ele é um Zé-Regrinha, que sempre escala um típico centroavante, finalizador (Giroud), ao lado de outro atacante de mobilidade e habilidade (Griezmann).

Mbappé, de 18 anos, do Monaco, hábil e veloz, brilhou no amistoso contra a Inglaterra, no lugar de Griezmann. Os dois deveriam jogar juntos. Outro jovem brilhante é o meia Dembélé, do Borussia Dortmund, que já merece ser titular, pela ponta direita.

A Espanha, tida como decadente, logo após a Copa de 2014, possui muitos excelentes jogadores, que evoluíram muito nos últimos três anos e que são hoje titulares da seleção (De Gea, Carvajal, Thiago Alcântara, Isco, David Silva e Diego Costa).

Além disso, Piqué, Sergio Ramos, Busquets e Jordi Alba continuam em forma. Iniesta tem tido ótimos e discretos momentos. O jovem técnico Lopetegui poderá ter de tomar uma difícil decisão, barrar Iniesta. Tomara que não precise.

O Brasil está quase pronto. Falta apenas definir alguns reservas. Receio ainda que, no Mundial e contra as melhores seleções do mundo, falte um excepcional goleiro e brilhantes meio-campistas, que atuem de uma área à outra.

Paulinho é excelente quando chega à frente, porém, discreto como armador. Outra dúvida é se Gabriel Jesus será, na Copa, um grande centroavante, artilheiro, que já é, ou se vai se tornar um craque artilheiro, uma estrela mundial, como já é tratado.

Mesmo não sendo uma das favoritas, é difícil vencer a Itália, por causa do ótimo sistema defensivo. A grande geração belga é, na verdade, formada por dois jogadores, De Bruyne e Hazard.

Os outros são bons. Portugal tem Cristiano Ronaldo e mais confiança com a conquista da Eurocopa. A Inglaterra não vai para frente nem para trás. Pelo menos, já se libertou da obrigação de ter de convocar Rooney, que não joga bem há muito tempo. Sampaoli aproveitou os amistosos para experimentar meias habilidosos e ofensivos nas funções de alas, como Di María e Salvio.

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Quando penso na Copa da Rússia, lembro-me de várias coisas, como do filme "Doutor Jivago", com o ator Omar Sharif. Vi várias vezes.

É inesquecível a cena do médico, perseguido pela Revolução Comunista, escondido em uma casa no interior, olhando, pela janela, a neve que caía, pensando na amada, com a belíssima música "Tema de Lara", ao fundo.


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