Folha de S. Paulo


Loucuras e sobressaltos

A Fifa implodiu e dá sinais de que poderá mudar para melhor. Deveria ocorrer o mesmo na CBF. É preciso haver uma limpeza de nomes, de conceitos e na estrutura da entidade. Uma das mudanças necessárias é a do calendário.

Se a intenção de criar a Liga Sul-Minas-Rio foi confrontar a CBF e ser o início de uma liga nacional, ótimo, embora isso seja urgente, sem precisar passar por soluções intermediárias.

Por outro lado, se já há excesso de jogos, mais ainda haverá com a inclusão de mais uma competição.

O Brasileirão é o campeonato mais importante e deveria ser mais longo, para não coincidir com as datas da Copa do Brasil, da Libertadores e dos jogos da Seleção.

Para fazer isso, é necessário diminuir o tempo de duração dos estaduais ou da Liga Sul-Minas-Rio ou de ambos.

Os clubes não podem também ser tão dependentes das TVs. Eles é que teriam de definir o calendário, as datas e os horários dos jogos e, a partir daí, chamar as emissoras e os empresários para participar.

Neste fim de semana, começaram os estaduais. No meio da semana, houve jogos da Liga Sul-Minas-Rio, agora com a aprovação da CBF.

O Cruzeiro empatou com o Criciúma em 1 a 1. O time mineiro precisa de uns dois ótimos reforços do meio para frente, e não apenas de jogadores para compor o elenco. Na prancheta, o time com Deivid é o mesmo de Mano Menezes, mas, na prática, são diferentes. O jovem promissor Alisson, pela direita, é um meia ofensivo que volta para marcar. Willians, na mesma posição, era um armador defensivo que também atacava.

No Corinthians, Willians poderá jogar como volante, mais recuado, pelo centro, na posição de Ralf, ou pela direita, no lugar de Jadson. Pelo centro, ele, além de fazer muitas faltas, é muito confuso no passe e na saída de bola. Alterna ótimos e péssimos momentos. É um perigo para o adversário e para o próprio time. Pela direita, tem espaço para correr, marcar e atacar, como fez bem com Mano Menezes.

Inter e Fluminense não mostraram nada importante de novo. Fred, na derrota do Flu para o Atlético-PR, agrediu o adversário e foi expulso. São recorrentes suas expulsões. Mesmo assim, é pouco criticado, como se estivesse acima do bem e do mal.

Apesar da vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-MG, do reencontro de Guerrero com sua ótima técnica de goleador e do passe de Emerson para o segundo gol, tinha uma expectativa maior sobre o Flamengo, após o estágio de Muricy no Barcelona. O time continua com pouca aproximação, pouca troca de passes e pouca marcação por pressão. Não gostei de ver Emerson pelo centro, recuado, no setor de armação.

Os torcedores do Atlético-MG sentiram falta de Jemerson, que foi para o Monaco, de Luan e, principalmente, do estilo Galo Doido, de pressionar, jogar no campo do adversário, mesmo correndo risco nos contra-ataques.

Contra o Flamengo, havia uma excessiva preocupação de os meias voltarem para marcar ao lado dos volantes e próximos à grande área. O time ficou mais previsível e longe do gol.

Os torcedores do Atlético-MG não querem apenas vitórias. Querem também emoções, sobressaltos, loucuras.


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