Folha de S. Paulo


Cresce a corrupção

Há décadas, mestre Juca Kfouri investiga e denuncia a antiga estrutura corrupta da Fifa e da CBF e suas inúmeras ramificações. Quem tem ligação com essa podridão está sujo, uns mais que outros.

Pelas evidências e prováveis novos fatos, Marco Polo Del Nero deveria seguir Blatter e também renunciar, para que haja eleições na CBF e, quem sabe, entre alguém que não faça parte dessa patota.

Pelo fato de várias pessoas estarem presas, os corruptos e aproveitadores vão pensar muito, daqui para frente, antes de disputar cargos na Fifa e na CBF.

Por outro lado, a história mostra que, em todos os setores da sociedade, em todo o mundo, muitos dos que criticam e conquistam o poder fazem as mesmas falcatruas, ainda mais se não muda a estrutura viciada. Mas é preciso tentar.

Pulo para o gramado. No sábado, o Barcelona tem mais chances, mas não será zebra se a Juventus conquistar a Liga dos Campeões. O time italiano deve repetir a estratégia usada contra o Real Madrid, de não deixar muitos espaços entre o meio-campo e a defesa e nas costas dos defensores, para evitar que os rápidos e magistrais atacantes do Barcelona recebam a bola livres.

No meio-campo da Juventus, o jogador de melhor passe, Pirlo, atua mais recuado. Ele inicia as jogadas ofensivas. Os outros três excelentes armadores, Vidal, Marchisio e Pogba, marcam, apoiam e chegam ao ataque.

Cada vez mais, grandes equipes, em vez de dois volantes em linha e um meia de ligação, preferem um volante mais recuado e mais um de cada lado, que marcam como volantes e avançam como meias. Defendem com três no meio-campo, e dois dos três avançam como meias, em vez de só um meia de ligação.

Enquanto os grandes times possuem mais de um armador, que atuam de uma intermediária à outra, continua, no Brasil, o discurso nostálgico e a dependência de um único meia, o camisa 10, responsável por toda a armação de jogadas.

Contra o Corinthians, o Palmeiras também jogou com um volante, Gabriel, e um armador de cada lado, Arouca e Zé Roberto, que marcavam e chegavam ao ataque. Essa é a posição em que Zé Roberto melhor atuou na carreira. O Atlético-MG também costuma jogar dessa forma.

A Juventus joga também com uma dupla de atacantes, Tévez e Morata. O River, contra o Cruzeiro, fez o mesmo. Os dois velozes e habilidosos atacantes envolveram, com facilidade, os dois zagueiros. Não havia razão para a demissão de Marcelo. O grande erro foi da diretoria, nas contratações de reconstrução do time.

O Barcelona, após as chegadas de Suárez e de Neymar, deixou de ser apenas uma equipe de troca de passes, posse de bola e infiltrações. Hoje, é também de contra-ataques rápidos. Em quase todas as partidas, Messi dribla, da direita para o centro, e coloca a bola nas costas dos defensores, para Neymar entrar livre, em diagonal.

Sábado, mais que um confronto de estratégias, que também são importantes, será um jogo de grandes craques, inventivos, transgressores, que, de repente, sem avisar o técnico e, às vezes, o contrariando, fazem algo surpreendente e decisivo.


Endereço da página:

Links no texto: