Folha de S. Paulo


País das patotas

O Bom Senso F.C. tem tido a firmeza de cobrar mudanças no calendário a partir de 2015 e o bom senso de saber que 2014 é o ano da Copa. Ao mesmo tempo em que o Bom Senso traz grandes esperanças, vem aí mais um escândalo, a anistia, pelo governo, das dívidas dos clubes, no valor de R$ 4 bilhões. Com medo de manifestações, a anistia não será mais total, mas muito próxima disso.

O autor do projeto, o deputado Vicente Cândido (PT-SP), é vice-presidente da Federação Paulista de Futebol e amigo do presidente Marco Polo Del Nero, que é também vice-presidente da CBF, amigo de Marin e candidato à presidência da entidade.
É o país das patotas.

LEMBRANÇAS

As notícias da exumação do corpo de João Goulart me trazem duas lembranças relacionadas ao futebol. A primeira, do dia em que o presidente foi deposto, em 1964. Eu e alguns jovens discutíamos sua saída, todos contra, quando surgiu um senhor, apaixonado pelo Cruzeiro. Ao escutar que derrubaram o presidente, chorou, pensando que era Felício Brandi, presidente do clube.

Conheci João Goulart em Montevidéu. A seleção jogava lá, em 1967 ou em 1968, e o ex-presidente, exilado no Uruguai, foi ao nosso hotel. Eu e alguns jogadores, não me lembro quais, o recebemos. Foi um papo descontraído, principalmente sobre futebol.

NOVO TÉCNICO

O Palmeiras, ou qualquer clube brasileiro, não deveria pagar uma fortuna para contratar um treinador, do Brasil ou de fora, mas o clube foi transparente e profissional, ao comunicar ao técnico Gilson Kleina que faria uma proposta a Bielsa e que, se ele não aceitasse, como ocorreu, ele, Kleina, seria o preferido entre os treinadores brasileiros para o próximo ano. Discordo das milhares de críticas de que o clube desrespeitou o treinador. Kleina deveria ter orgulho de ser o escolhido para dirigir um grande clube.

EMOÇÃO OU RAZÃO

Felipão disse que o Brasil vai ganhar a Copa. Foi uma declaração espontânea, um desabafo, o que é frequente no técnico, ou foi planejada, atitude também comum no treinador, com a intenção de aumentar o otimismo e o entusiasmo nacional? Outros técnicos, racionais e prevenidos, valorizariam os adversários e posariam de humildes. Felipão, com seu estilo de marqueteiro emotivo, costuma acertar no alvo.

COPA DO BRASIL

A história da segunda partida, a do título, depende de hoje. O técnico Vágner Mancini sabe da importância de conseguir uma vantagem, se possível de dois gols e sem sofrer nenhum. O time paranaense vai pressionar, no seu estilo, com bolas longas e muitos passes e cruzamentos das laterais. O Flamengo vai se preparar para anular essa jogada, para contra-atacar, pois tem jogadores velozes para isso, além de um bom finalizador.


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