Folha de S. Paulo


Nova loja da Kopenhagen exalta tecnologia e parcerias gourmet; café pouco acima da média

Não deixa de ser irônico que, depois de um inverno tão pródigo em surtos de frio, desses que fazem pensar inevitavelmente em chocolate, a nova loja da Kopenhagen dos Jardins tenha aberto as portas em meio a um prenúncio escaldante de primavera.

Quem lesse o material de divulgação antes de ir conhecê-la haveria de, como eu, se decepcionar um tantinho. Fora as cafonices de praxe, como chamar a região da Oscar Freire de "quadrilátero fashion", a peça eleva o endereço à categoria de "flagship store", brandindo suas inovações tecnológicas e parcerias gourmet.

Na real, é um café mais caprichado que a média, com dois balcões, sobreloja com mesinhas compartilháveis e wi-fi, café Nespresso ou Kopenhagen e acompanhamentos mortais, tipo macaron recheado com chumbinho e charuto de marzipã.

Mais que as variações "premium" de açúcar com cafeína, porém, a real oferta da casa é a linha ampliada de chocolates para presente. Incluindo bombons que vêm em caixas e estojos "nobres", de couro ou espelhados, batendo na casa dos R$ 200.

Não se sabe se por secura de ideias, vontade de apostar no certo ou ambos, opera-se ainda o milagre da multiplicação dos clássicos. Assim, Lajotinha e Língua de Gato viram bombom, canudo, tablete, trufa, miniaturas e versões "de colher".

Divertido, mas daí a qualificar como presente são outros 500. Aliás, ainda acho puxado pagar R$ 90 por uma lata de bombons, e sou mais os clássicos de fato, como o coração de crocante (R$ 24,90) ou a caixa de balas Super-Leite (R$ 10).

Em tempo: das inovações tecnológicas, me chamou a atenção, por enervante, a voz que surge do nada enquanto você examina as estantes para anunciar, em tom animado, pérolas do naipe "que tal uma surpresa para quem você ama?".

CONCLUSÃO: café com pecados

Kopenhagen. Rua Oscar Freire, 900, Jardins, tel. 0800-100-678.


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