Folha de S. Paulo


Projetos inovadores

Em uma época difícil para a economia como a que estamos vivendo, um dos fatores que podem garantir a permanência de uma empresa é ter um portfólio de projetos inovadores.

Para tanto, ela deve incentivar que seus funcionários encaminhem ao empreendedor projetos inovadores, que devem ser selecionados de acordo com alguma metodologia. Esse processo de incentivar o comportamento empreendedor dos funcionários é chamado de intraempreendedorismo.

Em geral, para avaliar se tais projetos devem ou não ser aceitos, as empresas utilizam métodos clássicos de avaliação como valor presente líquido, taxa interna de retorno ou pay-back, que costumam ser usados pelo mercado para avaliar a viabilidade de novos projetos.

E aí é que está o problema. Quando o projeto é muito inovador, pensar em fluxos de caixa para longos períodos é um exercício de ficção, pois a imprecisão normalmente é muito alta. Além disso, é injusto exigir de um produto novo o mesmo retorno de um produto consolidado.

A teoria chamada de "Effectuation" (algo como efetivação em inglês), desenvolvida pela professora indiana Saras Sarasvathy no fim dos anos 1990, sugere uma forma de resolver essa questão.

Ao perguntar a empreendedores experientes sobre o processo de tomada de decisão que utilizavam, Sarasvathy surpreendeu-se ao constatar que, muito mais do que os indicadores clássicos de avaliação de projetos, eles utilizavam-se do princípio da perda tolerável.

Segundo tal princípio, muitos empreendedores raciocinam da seguinte forma na hora de decidir sobre a viabilidade de um projeto: se este projeto não der certo, quanto dinheiro vou perder? Se for uma quantia tolerável, ou seja, se o empreendedor puder bancar essa perda sem causar muito prejuízo ao negócio, então o projeto é aceito.

Isso permite diminuir as chances de um projeto de sucesso ser rejeitado, já que os métodos clássicos de avaliação são mais indicados quando a empresa tem um domínio maior nas variáveis que condicionam o novo mercado ou produto em que pretendem investir.

E a sua empresa, o que ela está fazendo para incentivar o intraempreendedorismo?


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