Folha de S. Paulo


Aprender a empreender

Na Semana passada, aconteceu nas dependências da FGV-EAESP a quinta edição da Virada Empreendedora, iniciativa de uma ex-aluna da escola, a Ana Fontes.

Mais de 2000 pessoas discutiram e vivenciaram o empreendedorismo por 24 horas ininterruptas. Participei de um painel sobre educação empreendedora, no qual foram discutidas algumas tendências nesta área.

Um dos pontos levantados foi a importância de se oferecer cursos cada vez mais em formato "blended", ou seja, cursos que combinam aulas presenciais com atividades a distância.

Tal formato permite que a educação empreendedora seja levada a pessoas que se encontram distantes fisicamente, a um custo muito menor.

E isto sem perder o contato pessoal e o networking, que ocorrem em ocasiões específicas durante o curso.

Discutiu-se também a estruturação de programas de empreendedorismo para crianças e adolescentes.

Embora haja algumas iniciativas isoladas no Brasil, como as desenvolvidas pelo Sebrae ou Junior Achievement, há ainda muito a se fazer neste campo.

Nos dias de hoje, não é mais possível ensinar empreendedorismo utilizando como espinha dorsal o plano de negócios, metodologia muito comum no passado.

Estratégias de ensino baseadas no "lean startup", conjunto de processos em que o aluno desenvolve um produto ou serviço e o aperfeiçoa a medida que consegue respostas dos clientes, parecem estar cada vez mais presente nos cursos e programas de empreendedorismo no mundo.

Além do conteúdo, a forma de ensinar empreendedorismo também está mudando. A escola de negócios Babson College, nos Estados Unidos, já utiliza um currículo bastante transversal, em que em uma mesma aula são trabalhadas diferentes competências empreendedoras, como marketing, negociação e finanças, por exemplo. Isto exige do professor um profundo conhecimento sobre as várias áreas de Administração que impactam o empreendedor e muitas vezes é necessário ter mais de um professor simultaneamente em sala de aula.


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