Novembro é o mês do empreendedorismo, com eventos sobre o tema ocorrendo no mundo todo. Na semana passada, aconteceu a conferência anual da Anjos do Brasil, na FGV de São Paulo. A Anjos é uma associação sem fins lucrativos que procura fazer a ponte entre investidores individuais e empreendedores.
O investidor-anjo é uma pessoa física que acumulou certo patrimônio durante a vida e agora dedica-se a fazer aportes em negócios promissores em troca de uma pequena participação acionária. Em média, os investimentos são da ordem de 100 mil reais e a participação gira em torno de 20%.
A ideia é que, depois de um tempo, a empresa cresça e seja vendida, e então o investidor-anjo vai receber o valor fornecido acrescido da valorização da companhia.
O investidor-anjo não trabalha na empresa, mas, como tem boa experiência profissional, acaba funcionando como um conselheiro do empreendedor.
As estatísticas da Anjos do Brasil mostram que no último ano o esse tipo de investimento atingiu a cifra de R$ 700 milhões, muito abaixo dos valores americanos, que chegam a US$ 23 bilhões –30 vezes mais. Uma pena, pois em um país cuja taxa de juros é altíssima, como o Brasil, o investimento-anjo constitui-se em uma excelente opção para quem quer iniciar um negócio. Outros estudos mostram que o país poderia atingir um valor de próximo a R$ 3 bilhões.
No entanto, para que isso ocorra, é preciso que haja uma maior difusão dessa cultura no Brasil. Do ponto de vista do empreendedor, o fundamental é que ele seja o mais transparente possível, prestando contas detalhadas de seus gastos. Afinal, quem tem sócio tem patrão...
Por outro lado, o investidor-anjo tem que entender que o risco faz parte do negócio e que não adianta ficar procurando um investimento com risco zero. Se ele não quiser correr perigo, o melhor a fazer é deixar o dinheiro na poupança.
Se você se interessou por se tornar um investidor-anjo (e não precisa ser um milionário para isso!), sugiro entrar na página da Anjos do Brasil. Bons negócios!