Folha de S. Paulo


Idosos que têm cães caminham 23 minutos a mais, segundo ingleses

Rodrigo Fortes

Os benefícios já estão para lá de comprovados: ter um pet reduz o estresse, espanta a depressão, ajuda a controlar a pressão arterial e reforça nosso o sistema imunológico. Mas por quê?

Há duas explicações básicas e concomitantes. A primeira aponta para o efeito que a interação com os animais exerce sobre nosso sistema endócrino: tê-los por perto e gozar do carinho que eles nos dão reduz a liberação dos hormônios do estresse (que também levam à hipertensão e à imunossupressão) e aumenta a produção e a descarga dos mediadores químicos responsáveis pela sensação de prazer e felicidade, como serotonina, dopamina e ocitocina.

A segunda explicação diz respeito ao impacto que os animais têm, especialmente os cães, sobre nosso estilo de vida. Nos últimos 20 anos, 29 grandes estudos foram conduzidos sobre o tema. A maioria concluiu que pessoas que têm bichos de estimação são menos sedentárias, e a ideia correu o mundo. Mas, olhadas de perto, é possível perceber que as conclusões das pesquisas resultam do relato dos entrevistados sobre seu nível de atividade física, sem que isso tenha sido de fato aferido pelos estudos.

Para tirar a limpo essa história e quantificar esse efeito-cão sobre o sedentarismo dos donos, pesquisadores ingleses colocaram monitores de atividade física em 86 pessoas com mais de 65 anos e coletaram dados da rotina delas por três semanas. Resultado: idosos que tinham cães de estimação deram, a cada dia, uma média de 2.762 passos a mais do que aqueles que não conviviam com animais, e gastaram 23 minutos adicionais em caminhadas.

Os números representam um acréscimo de 20% a 30% no nível de atividade física diária dessas pessoas. Nada mau para quem tem mais de 65 anos.


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