Folha de S. Paulo


Chegada do inverno traz dilema sobre a necessidade de banhar cães e gatos

Ilustração Rodrigo Fortes

Há quem diga o que você quiser ouvir. De um lado estão os que afirmam que banho resseca a pele. De outro, aqueles que sustentam que é a água do banho que mantém a necessária hidratação cutânea. O dilema vale para humanos e animais e aumenta com a chegada do inverno: banhar ou não banhar os pets, eis a questão.

Vamos aos fatos.

Verão úmido e inverno seco são as principais características do clima tropical. Na estação mais fria do ano chove, em média, cinco vezes menos do que no verão. Claro que cai a umidade do ar e, portanto, o corpo (nosso e dos animais) tende a perder água para o ambiente. Não bastasse, todos nós bebemos menos água no inverno, o que reduz ainda mais nosso nível médio de hidratação. Portanto, não há o que discutir: por mais de uma razão, a pele tende a ressecar no inverno.

O impasse é se banhos aceleram ou ajudam a evitar esse processo. Isso depende do banho. Banhos com água muito quente e com produtos que tenham apenas detergente (xampus bactericidas ou sabonetes, por exemplo) tendem a remover a camada lipídica que mantém as células da pele presas umas às outras, permitindo a descamação e aumentando a perda de água. Portanto, ressecam a pele.

Já banhos com água morna e produtos hidratantes, como ureia, aloe vera e aveia coloidal, por exemplo, têm ação inversa, porque tais produtos conseguem atrair a água e retê-la na pele, impedindo a perda acentuada para o ambiente.

Claro que não é recomendável banhar o animal no dia mais frio do ano, pois aí o problema não vai ser a pele, e sim o choque térmico e a possibilidade de doenças respiratórias. Mas um banho cuidadoso, quinzenal, numa tarde ensolarada de inverno, ajudará a remover a poeira que agride a epiderme e evitará a coceira causada pelo ressecamento cutâneo. Eis a resposta.


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