Folha de S. Paulo


Como nós, humanos, pets tendem a comer mais no inverno (e engordar)

Rodrigo Fortes
Ilustração da coluna Bichos de Sílvia Corrêa de 11.jun.2017

Estamos a dez dias do início do inverno. Com ele, as temperaturas caem... E o ponteiro da balança sobe. Sim! A maioria das pessoas engorda no inverno, e o motivo é simples: o organismo queima algumas poucas calorias a mais para manter a própria temperatura, mas nós não nos limitamos a repor essa pequena quantidade. Trocamos saladas e sucos por chocolate quente e fondue e, de fato, aumentamos o aporte energético em uma escala muito maior do que o aumento de gasto calórico que decorre da mudança de temperatura.

Não é diferente com os animais. Muitos responsáveis por cães e gatos acreditam que eles sentem mais fome nos dias frios e, então, aumentam a oferta de ração. O resultado é a obesidade. Exatamente como fazemos com a nossa própria dieta, acabamos oferecendo aos pets mais calorias do que eles vão gastar.

"O inverno brasileiro pode ser considerado ameno e não implica em uma necessidade calórica de fato maior, principalmente se levarmos em conta animais que moram dentro de casa, com camas, roupinhas e cobertores", explica a médica veterinária Keila Regina Godoy, da PremieR, fabricante de ração.

Segundo Keila, em regiões de frio intenso, animais que vivem em áreas externas podem, sim, precisar de um aumento na oferta de alimentos. Mas isso só acontece bem longe dos trópicos!

Se a comida não precisa de cuidados especiais, o mesmo não se pode dizer da água. O frio pode reduzir a ingestão de água, o que diminui a produção urinária e predispõe o animal a problemas diversos, como formação de cálculos e infecções urinárias. Isso sem falar que, em contato frequente com aquecedores, gatos e cães de pequeno porte podem sofrer desidratação.
Inverno, portanto, é tempo de mais água. E não de mais comida.


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