Folha de S. Paulo


Drone: aliado ou inimigo?

Vídeo de animais e suas peripécias sabidamente fazem sucesso na internet. Mas há um roteiro em alta: a disputa entre eles e os drones.

Cada vez mais baratos (há modelos por até R$ 200), os veículos aéreos não tripulados, criados para fins militares, já controlam plantações e plataformas de petróleo, ajudam no policiamento, pesquisam a atmosfera e vigiam fronteiras.

Com objetivo claro ou por puro lazer, o registro de imagens aéreas virou mania em alguns países. Nos Estados Unidos, a estimativa é que 1 milhão de drones sejam vendidos até o Natal, segundo o "New York Times". E incidentes nos sobrevoos estão bombando na internet.

O drone de Christopher Schmidt foi atacado por um gavião num parque de Massachusetts enquanto era usado para uma vista panorâmica da região. O vídeo foi para o YouTube, onde o encontro já foi visto mais de 5 milhões de vezes.

Ilustração Tiago Elcerdo
#ARSAO0811 BICHOS

É o mais popular da categoria, mas há muitos outros: cães, gatos, crocodilos, gansos, búfalos e onças derrubando os aparelhos a socos, bicadas, mordidas e patadas.

Um dos melhores foi o que postou a equipe do Royal Burguers' Zoo, da Holanda. No vídeo, feito pelo próprio equipamento que espionava macacos, vê-se um chimpanzé, numa das árvores mais altas do recinto, derrubando o drone com uma vara.

Ajudar a entender a vida selvagem tem sido uma das utilidades dos equipamentos. Eles monitoram a saúde das baleias e ajudam a reduzir a caça de elefantes, mas, durante essas missões, machucam e espantam as aves. Há vários registros que mostram essas colisões.

Tem mais. Um estudo feito com ursos mostra que a frequência cardíaca desses animais pode aumentar até 400% com a aproximação de um veículo aéreo não tripulado, estresse apenas comparável ao que eles manifestam ao serem caçados.

É hora de refletir. Parece que os drones, como outros frutos do avanço tecnológico, não são essencialmente bons nem maus. Tudo depende do uso que vamos fazer deles.


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