RIO DE JANEIRO - Ao saber da morte do compositor e cantor Belchior, dia 30, o governador do Ceará, Camilo Santana, do PT, definiu seu coestaduano como "um dos primeiros nordestinos a se destacar na MPB". Com o que revelou uma notável ignorância sobre o Estado que governa e a região em que faz carreira. Com todo respeito por Belchior, o Nordeste produziu muita gente antes dele.
Do próprio Ceará, saíram os compositores Humberto Teixeira, Laura Maia e Evaldo Gouvêa, o pianista Jacques Klein, o violonista Zé Menezes, o organista Ed Lincoln, os cantores Gilberto Milfont, Catulo de Paula e Patativa do Assaré e os conjuntos vocais Trio Nagô, Quatro Ases e Um Coringa e Vocalistas Tropicais.
Da Paraíba, os cantores Jackson do Pandeiro, Roberto Luna e Geraldo Vandré, o saxofonista Ratinho e o acordeonista Sivuca. De Alagoas, os cantores Augusto Calheiros e Jararaca, o compositor Peterpan e o múlti múlti Hermeto Pascoal. Do Rio Grande do Norte, a cantora Ademilde Fonseca, os compositores Uriel Lourival e Hianto de Almeida, o saxofonista K-Ximbinho e dois terços do Trio Irakitan. De Sergipe, o cantor Pedrinho Rodrigues, os compositores Hermes Fontes e Americo Seixas e o clarinetista Luiz Americano. Do Maranhão, os compositores Catulo da Paixão Cearense e João do Vale, o pianista Luiz Reis e o violonista Turíbio Santos.
De Pernambuco, os cantores Manezinho Araújo, Luiz Gonzaga, Luiz Bandeira, Luiz Vieira e Orlando Dias, os compositores João Pernambuco, Armando Cavalcanti, Capiba, Antonio Maria e Fernando Lobo, os pianistas Tia Amélia, Fats Elpidio e Walter Wanderley, os saxofonistas Zé Bodega e Juarez Araújo, o bandolinista Luperce Miranda, o gaitista Rildo Hora, o violonista Heraldo do Monte e os maestros Fon-Fon, Nelson Ferreira, Severino Araújo e Moacir Santos.
Entre outros. E sem contar a Bahia e o Piauí.