RIO DE JANEIRO - Pela marcha do placar, parece que teremos Marcelo Crivella na prefeitura. Significa que, sob a égide do bispo Macedo, tio do candidato, e da família Garotinho — que os apressados julgavam extinta —, o Rio regredirá, não ao Paraíso pré-serpente que eles pregam nos púlpitos e palanques, mas ao vácuo anterior ao Big Bang. Esperam-nos quatro anos de buraco negro sob temperaturas glaciais.
A alternativa seria Marcelo Freixo, cujo mau humor sugere que ele almoça todos os dias no restaurante do encouraçado "Potemkin". Só isso explica a bile com que se expressa, tornando cada promessa uma ameaça. Imagino que, como prefeito, ele tentaria impor a coletivização das plantações de coco na cidade, criaria a Fundação do Black Bloc Abandonado e tiraria dos bicheiros a condução do Carnaval para entregá-la a uma comissão de Ph.Ds em "cultura popular".
Antes que o Rio fique refém de pessoas alheias ao seu espírito festivo, rebelde e empreendedor, sugiro que os turistas venham aproveitar as novidades que a cidade ainda tem a oferecer em lazer, arte e história. Somente no Porto Maravilha, por exemplo, há a praça Mauá, o Museu do Amanhã, o MAR (Museu de Arte do Rio), o AquaRio, o Boulevard Olímpico, a Orla Conde, o Jardim do Valongo.
Nas zonas norte e oeste, o parque Madureira, o maior da cidade, o complexo de Deodoro, este com os principais benefícios da Olimpíada, e as esplêndidas arenas culturais da prefeitura na Pavuna, na Penha, em Madureira e em Guaratiba. E haverá também muito a fazer no que sobrar do Parque Olímpico, na Barra. A tudo isso, vai-se de metrô, ônibus integrados, BRT, mergulhão, túneis, VLT e por vias expressas como a TransOeste, a TransCarioca, a TransOlímpica.
Mas venham rápido. Nada garante que o legado do prefeito Eduardo Paes continue de pé por muito tempo.