Folha de S. Paulo


Mundo monitorado será tomado por sensores

Há uma mudança silenciosa acontecendo. O mundo está sendo tomado por sensores.

São pequenos dispositivos que vão sendo integrados a objetos cotidianos –lâmpadas, móveis, carros, celulares etc.– e também a lugares públicos. Em breve, vai ser difícil haver lugar que não seja monitorado por algum.

Eles são a peça central da chamada "internet das coisas". Apesar do nome gozado, ele pegou para descrever a tendência de que não só as pessoas, mas também os objetos e lugares vão se conectar à internet. Os sensores são a ponte para isso. Junto com a "ciência dos dados", vão gerar mudanças profundas.

Uma delas tem a ver com o consentimento do usuário. Na internet de hoje, o usuário já é monitorado quando está on-line. No entanto, a lei exige que haja algum tipo de permissão. O usuário precisa concordar com os "termos de uso" dos serviços que acessa –aquele documento que ninguém lê, mas que mesmo assim tem valor legal– antes de ter seus dados coletados.

Só que no mundo dos sensores vai ser impossível mostrar "termos de uso" todas as vezes que o usuário for monitorado, porque isso vai acontecer o tempo inteiro, dentro e fora de casa.

Em outras palavras, é o provável fim do modelo do "consentimento". O que fazer com essa nova situação? Converter todos os "termos de uso" do mundo em um grande pacto social, em que todos nós concordamos em ser monitorados, em troca de benefícios, freios e contrapesos?

Esse é um dos problemas difíceis dos nossos tempos. É bom apontarmos nossos sensores para ele.

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JÁ ERA

Não ter onde carregar os aparelhos em espaços públicos

JÁ É

Tomadas para carregar aparelhos apenas em poucos lugares

JÁ VEM

Banco de praça que carrega aparelhos com energia solar (www.soofa.com )


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