Folha de S. Paulo


Não saber programar é o analfabetismo do futuro

Imaginar que ainda hoje há pessoas incapazes de ler e escrever é doloroso. Habilidades de leitura e escrita devem ser universais. No entanto, quase ninguém fica incomodado em saber que a maioria das pessoas não sabe programar. Linguagens de programação são dominadas por um percentual ínfimo da população. O que dói mais, nesse caso, é que a questão não esteja no centro da pauta das políticas educacionais.

Assim como o analfabetismo foi tolerado por muito tempo, vivemos o momento em que ainda se aceita que a maioria das pessoas não saibam nada de programação.

A consequência disso é que nosso modo de vida, cada vez mais dependente de códigos, está sendo "desenhado" por uma minoria. Sem entender ao menos o básico, não dá sequer para opinar se um sistema deveria ser feito de um jeito ou de outro. Resta apenas o papel de "usuário", desprotegido e desinformado quanto às decisões que são tomadas sobre sua vida.

Para mudar isso há uma série de iniciativas surgindo. Por exemplo, o Code.org, campanha apoiada por gente como Bill Clinton ou o rapper Will.i.am. O ponto é defender a ideia de que todo estudante deveria ter a oportunidade de aprender programação já na escola. Outras iniciativas como a CodeAcademy.com partem para a prática: oferecem ferramentas para ensinar programação on-line, para qualquer idade.

O que está em jogo aqui é o futuro da organização social. A tecnologia abre possibilidades extraordinárias de participação na vida pública. Só que saber um mínimo de programação é o requisito para que a ideia de democracia se perpetue.

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