Folha de S. Paulo


Comércio por catálogos está de volta até no underground

Quem tem mais de 35 anos deve se lembrar do Círculo do Livro. Trata-se da iniciativa pré-internet que, em troca de uma quantia mensal, mandava dois livros por mês para o assinante. A pessoa podia escolher no catálogo. Se não escolhesse, recebia títulos imprevisíveis.

A ideia, surgida nos subúrbios dos EUA (onde a afluência econômica contrasta com o isolamento cultural), ajudava a entreter donas de casa entediadas.

Só que a prática hoje obsoleta volta agora em circuitos culturais subterrâneos. Por exemplo, o Stackmagazines.com faz o mesmo com revistas. Ao pagar uma taxa, o assinante recebe todo mês uma revista underground diferente sem saber qual é.

Há revistas sobre desenho, BDSM, cenas musicais ocultas e assim vai. É uma iniciativa que tira o leitor da sua dieta de mídia habitual e cria uma plataforma para distribuir revistas independentes.

O modelo vale também para a música. Selos como o Second Language (secondlanguagemusic.com), em troca de uma mensalidade, enviam cinco discos a cada seis meses para o assinante, sem que ele possa escolher.

Todos embalados em uma caixa personalizada, cobrindo cenas fora do radar (como pop barroco, psicofolk, ou composição "moderna-clássica").

É o mesmo que faz o belo selo Mississipi Records, especializado em gravações históricas da música do sul dos EUA. Por ele é possível receber um disco mensalmente, extraído de arquivos gravados no século passado (só as capas dos discos já tiram o fôlego:bit.ly/x7Mw7Q).

Quem acha que a rede serve apenas para matar velhos modelos de negócio, engana-se. Ela ajuda também a ressuscitar alguns outros.

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JÁ ERA Ter paz e tranquilidade em um mundo conectado

JÁ É Fomo (Fear of Missing Out, a síndrome de achar que você está sempre perdendo alguma coisa)

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