Folha de S. Paulo


Mercado do Brasil começa a ser tomado pelos tablets

Cerca de 5 milhões de brasileiros acessaram a internet por meio de tablets em 2012. Em 2011 o número era de pouco mais de 200 mil.

Esse crescimento enorme é um dos fenômenos mais interessantes em termos de avanço da conectividade no país.

Por muitos anos os celulares foram o elemento central dos debates sobre "inclusão digital". Agora chegou a vez dos tablets.

Só no último trimestre de 2012 foram vendidos 769 mil tablets no país. Desse número, 46% a menos de R$ 500 (dados do IDC).

Ou seja, os tablets "populares" estão decolando. São aparelhos de marcas nada conhecidas, muitos deles vendidos na informalidade, pela internet ou por meio de sites de compras coletivas.

Nada de Apple ou Samsung, que fazem sucesso no topo da pirâmide social.

Uma parte das tabuletas populares acaba indo parar nas periferias do país. Com isso, há um novo fenômeno: da mesma forma como muita gente comprou celular sem jamais ter tido um telefone fixo, há hoje pessoas comprando um tablet sem nunca ter tido antes um computador.

Isso tem impacto sobre o consumo de mídia no país e sobre a educação. Qual será o conteúdo acessado nos tablets populares? É improvável que sejam livros baixados da Amazon, vendidos a cerca de R$ 16, ou músicas e filmes do iTunes, vendidos a R$ 1,90 ou mais.

São preços caros demais para boa parte de quem usa um tablet popular. A projeção é de que 5,4 milhões novos tablets sejam vendidos no país em 2013.

É bom começar a pensar nas mudanças que eles vão trazer.


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