Folha de S. Paulo


Sem conexão formal, vários grupos trabalham pela renovação política

Alberto Rocha - 27.ago.2017/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil, 27-08-2017: Balões marcam encerramento do protesto do Vem Pra Rua, na Av. Paulista. (foto: Alberto Rocha/Folhapress)
Manifestantes protestam na Avenida Paulista

É curioso como, em determinados momentos da história, vários setores da sociedade marcham numa mesma direção sem estarem formalmente conectados ou coordenados.

Hoje, há vários grupos no Brasil trabalhando paralelamente, sem conexão formal entre si, mas com um mesmo objetivo: renovação politica. São projetos que seguem independentes, sem terem consciência de que não estão sozinhos.

Alguns deles estão criando conteúdos programáticos, agendas para o que o Brasil mais precisa, programas nacionais.

Outros buscam identificar e atrair pessoas que se disponham a implementar tais programas, candidatando-se a cargos públicos que tenham o poder de empreendê-los.

Alguns grupos visam capacitar pessoas para que se candidatem. Seja para que tenham condições de serem eleitas, seja para que, se eleitas, tenham habilidade de legislar eficientemente.

E outros estão buscando fundos para financiar tais candidaturas. Não se elege ninguém sem dinheiro.

As quatro atividades –definição, convocação, preparação e financiamento– são essenciais para criarmos um novo grupo de parlamentares capazes de tirar o Brasil do buraco. Sem um Congresso renovado, eficiente, diferente, focado no país, não há presidente que consiga mudar o país.

Mas será difícil alcançar êxito se esses grupos, íntegros e bem-intencionados, não estiverem atuando em uníssono. Para mudar o Brasil, sincronizar esses projetos é condição de contorno. Desconsiderar as sinergias e interdependências de cada um desses esforços, cada um revolucionário em si, é jogar fora tempo, dinheiro e talento que o Brasil nunca teve numa mesma sala. Pior ainda, é criar atrito entre frentes que têm objetivos comuns, nos levando ao pior desastre: a continuação do que já temos.

A única alternativa é a união desses projetos, para aproveitar a maior oportunidade desta década: as eleições de 2018.

Ao consolidarmos as forças de definição das necessidades, busca de pessoas, sua capacitação e financiamento num esforço único, com a participação de todos, talvez estejamos fazendo o que nunca foi feito: aglutinar as entidades produtivas da sociedade civil em torno de uma causa comum.

Essa aglutinação pode representar, pela primeira vez no pais, um esforço coordenado da maioria. As pressões de minorias têm dominado as decisões do Congresso, diante da ausência dessa coordenação. Talvez agregando os principais grupos da sociedade civil, consigamos convergir para uma conduta parlamentar predominante, em que prevaleçam as reais necessidade de nossa sociedade, e não os interesses de minorias poderosas, que incluem os próprios parlamentares.

Estamos criando tal frente. Se você pertence ou representa alguma parcela organizada da sociedade, venha se juntar a ela. Apenas assim conseguiremos mudar nossa trajetória.


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