Folha de S. Paulo


'A Floresta - 500 Tons de Verde', primeiro livro de texto para colorir

Não sei se vocês se lembram, mas há alguns anos o mercado editorial foi sacudido por um dos maiores fenômenos literários do século 21: a onda de livros para colorir. A epidemia durou alguns meses e depois foi esmaecendo e desbotando aos poucos.

Mas agora, já pensando na próxima Flip, vou tentar lançar uma nova tendência para revolucionar mais uma vez o mundo das letras. Vou publicar o primeiro livro de texto para colorir. O título é "A Floresta - 500 Tons de Verde". E revelo aqui, com exclusividade, um trecho do primeiro capítulo da obra:

Folhapress

"Depois de caminhar muitos dias por uma região de cerrado, totalmente desprovida de beleza, finalmente nos aproximamos da floresta. Vista de longe, a floresta era exuberante e verdejante. Milhares de tipos de árvores exibiam centenas de tipos de verde: verde-claro, verde-escuro, verde-bandeira, verde-esmeralda, verde-água, verde-mar, verde-abacate, verde-jade e outros verdes.

Quando chegamos no interior da floresta, olhamos para cima e vimos as copas das gigantescas sumaúmas formando uma espécie de cúpula daquilo que poderíamos chamar de catedral vegetal e, lá no alto, uma abertura, como se fosse uma claraboia, deixava entrar um pouco do azul-celeste.

Olhando mais para baixo, víamos, nos troncos das enormes árvores, as bromélias de cacho vermelho, bromélias de pendão verde, bromélias de pendão rosa e bromélias douradas. E as orquídeas! As orquídeas, empoleiradas nos troncos, nos mostravam, orgulhosas, todos os seus matizes. Vimos orquídeas em tons de lilás, rosa, amarelo, vermelho, cinza, azul, alaranjado, vinho, grená e roxo.

Olhando para o chão, víamos o solo atapetado por pequenas plantas, ervas, musgos verdes e muitas florezinhas amarelas e vermelhas, à beira de um córrego de água azul e cristalina. De repente, notamos que o azul da água estava se tornando um azul-escuro e, logo depois, ganhou uma coloração de terra. Quando olhamos para a frente, vimos que vinha em nossa direção uma enxurrada de água cor de lama.

Subimos na árvore mais próxima e pensamos imediatamente que aquilo poderia ser algo parecido com o que aconteceu naquela barragem em Mariana. Mas aí nos lembramos de que estávamos na floresta amazônica, perto do Planalto Central e, olhando mais atentamente, vimos que aquela água de cor marrom, cor de barro e cor de bosta não era uma lama real, era uma lama metafórica e devia estar vindo lá de Brasília mesmo. Era o nosso velho conhecido mar de lama, com aquela inconfundível cor de lama."

MODO DE USAR

Para fazer um test-drive do livro, imprima o texto, pegue sua caixa de lápis de cor e vá colorindo as palavras com as cores correspondentes.


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