Folha de S. Paulo


O Diabo não é tão feio quanto se pinta, mas depende de quem pinta

A crítica de arte contemporânea tem se debruçado ultimamente sobre o problema da referência transgressiva enquanto ruptura de paradigmas, principalmente no âmbito do retrato de grandes líderes mundiais, ainda mais quando alguns artistas do movimento miamista, também conhecido como Escola de Miami, se dedicam a fixar em suas telas um figurativismo de tessitura fofinha e multi-policromática.

Alguns grandes líderes, como o diretor-presidente de uma importante potência mundial e o próprio Príncipe das Trevas, começam a se incomodar com essa abordagem pictórica, que eles consideram "desonesta, injusta, desleal, feia e boba". O porta-voz do Primeiro Mandatário dos Quintos dos Infernos declarou recentemente que "nosso líder não é tão horroroso assim".

Reinaldo Figueiredo/Folhapress
Ilustração Reinaldo Figueiredo

Já o ocupante da Casa Branca disse num tuíte que "esses artistas supervalorizados e mimados pela crítica estão tentando denegrir minha imagem". A resposta veio rápido: "Mas denegrir como? As pinturas deles são tão coloridinhas!", respondeu um respeitado crítico de arte, no blog Bullshit.

A polêmica provavelmente não acabará tão cedo, uma vez que os questionamentos acerca do conceito de beleza do Ser-Diabólico-em-Si sempre desafiaram a teoria e a práxis da crítica de arte, como questionava Habermas: "Afinal, o que é o Belo?" Ora, todo mundo sabe que o Belo é um cantor de pagode, mas isso será assunto para uma outra coluna, onde trataremos do Baile de Pagode Funk Universitário, seus problemas e sua estrutura.

Reinaldo Figueiredo/Folhapress
Ilustração Reinaldo Figueiredo

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