Folha de S. Paulo


Acusado de estupro e faculdade aguardam decisão da Justiça

O estudante T. não vai se pronunciar sobre o caso. Sua advogada, Cláudia Seixas, diz que "nesse momento, não há nada a declarar" e que aguardam a decisão da Justiça.

Ele é acusado de estuprar uma colega de classe e ex-namorada, G., de 19 anos.

O diretor da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, Carlos Carlotti Jr., declara, em nota, que "o fato ocorreu durante período normal de aulas no campus, não estando relacionado a nenhuma atividade festiva ou similar dos alunos".

Ele esclarece que desde o primeiro momento a direção da faculdade procurou acolher a aluna, "garantido apoio médico e psicológico desde o atendimento inicial".

Carlotti informa que a sindicância que apura o caso ainda está em curso e "somente ao seu final poderemos decidir sobre atos administrativos".

Em relação ao estudante acusado de estupro, ele informa que ele foi atendido no Hospital das Clínicas, ligado à faculdade, o único da região especializado em urgências psiquiátricas. "Segundo informações de seu pai, o aluno permaneceu internado por várias semanas por decisão médica."

O diretor da faculdade informa ainda que o estudante não tem frequentado as aulas, por decisão da família. "A direção não tem poder administrativo para suspender suas atividades escolares antes do término da sindicância."

O advogado Dimitri Sales, do Instituto Latino Americano de Direitos Humanos, que acompanha o caso, diz que o acusado foi impedido de frequentar as aulas por uma medida cautelar que não permite que ele se aproxime da vítima, sua colega de classe.

Ele critica o tratamento displicente que G. teve na delegacia da mulher e pediu esclarecimentos sobre o fato de o acusado ter ficado internado durante todo o tempo que durou a prisão preventiva, só tendo tido alta quando saiu o alvará de soltura. "Precisamos averiguar se houve corporativismo e se universidade está atenta para que a aluna não seja revitimizada durante o processo."


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