Folha de S. Paulo


Edifício Paquita é homenagem a filha de industrial judeu

Os 52 apartamentos do Paquita, na praça Buenos Aires, têm nove tamanhos diferentes: de 133 m² a 646 m². Um grande espaço no térreo já abrigou salão de beleza, importadora de vinhos, uma boulangerie de Olivier Anquier (que tem ótimo olho para nossa arquitetura) e, atualmente, o restaurante MoDi. "Fachada ativa", como os urbanistas chamam hoje os térreos com comércio na calçada.

Paquita é o nome da filha do industrial químico Joel Ostrowicz, que investia no mercado imobiliário. Ele também homenageou a mulher, Anita, que dá nome a outro belo edifício na rua Haddock Lobo, entre a Paulista e a rua Luís Coelho.

Ostrowicz, felizmente, confiou em um ótimo arquiteto, judeu polonês como ele, para essas empreitadas. Alfredo Duntuch já tinha projetado vários prédios em Cracóvia quando conseguiu escapar das tropas nazistas. Com a mulher, Antonina, e a pequena filha, Olga, os três viveram um ano e meio como refugiados até chegar ao Brasil.

Seu primeiro emprego foi na Severo Villares, firma herdeira do escritório Ramos de Azevedo. Lá, foi responsável pela obra do hotel Toriba, em Campos do Jordão. Em dois anos, já tinha a sua própria construtora, a Luz-Ar. Projetou vilas de casas (muitas já destruídas) da Pompeia a Higienópolis, onde fez seus primeiros prédios, o Piauí I e o Piauí II.

Dezenas de edifícios viriam depois, como Kumpera, Professor Vilaboim e Serra Azul. Sua filha, Olga Krell, viraria um grande nome da decoração paulistana, criando várias publicações da área.

Edifício Paquita (1952)
R. Alagoas, 475


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