Folha de S. Paulo


Sobrevivente do Holocausto fez uma dezena de residenciais em Higienópolis

Depois de ser confinado em campos de concentração nazistas e ver o comunismo soviético em primeira mão, o judeu polonês Victor Reif imigrou para o Brasil em 1950, aos 41 anos. Formado pela Universidade Técnica de Berlim, rapidamente achou clientes e fez uma dezena de edifícios residenciais em Higienópolis nos anos 1950 e 60.

O Diana é um de seus melhores trabalhos. As plantas dos apartamentos otimizam cada metro quadrado, virtude comum a suas obras, e a fachada simétrica tem janelões contínuos nas salas e venezianas de madeira.

Reif colocou uma parede curva no térreo para esconder a garagem. Nela, uma escultura da mitológica deusa romana Diana, a Caçadora, do artista italiano Domenico Calabrone, vigia o jardim. Na era pré-grades, era literalmente arte na rua.

Depois de um incêndio em seu escritório e o distanciamento do mercado imobiliário de arquitetos de ponta nas décadas de 1960 e 70, Reif se dedicou a lecionar no Mackenzie, onde formou centenas de arquitetos e se dedicou às aquarelas.

O polonês ficou com um apartamento no Diana, onde viveu até morrer em 2000, aos 90 anos, 50 deles no Brasil, onde se naturalizou brasileiro.


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