Folha de S. Paulo


Rumo ao desconhecido

Depois da coluna da semana passada, em que escrevi o que esperar da política econômica de Dilma no segundo mandato, leitores me pediram que fizesse o mesmo para os seus adversários: Marina e Aécio.

Segue aqui uma tentativa, embora seja mais difícil. No caso de Dilma, os últimos quatro anos servem como base. Marina e Aécio nunca governaram o Brasil, portanto é preciso acreditar em promessas eleitorais.

A plataforma econômica dos dois é muito parecida: retomar o tripé (câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário), reajustar os preços administrados e resgatar a credibilidade das contas públicas.

Em resumo, colocar a casa em ordem, o que é extremamente necessário. Aécio já tem até um ministro da Fazenda, o ex-presidente do BC no governo FHC, Armínio Fraga. Para Marina, que tem bons conselheiros, ainda falta um executor.

Não será fácil corrigir as distorções da economia, mas ambos os candidatos parecem ter boa-vontade. O problema é que a economia saudável é condição necessária, mas não suficiente para governar.

Aécio não tem novas propostas para a área social, um problema ainda grave no Brasil. Ele promete ampliar tudo que o PT deixou, mas não traz uma ideia nova. E a julgar pelas pesquisas de opinião sua candidatura perdeu força por isso.

Marina se transformou num fenômeno ao prometer uma renovação na política, mas vem de um partido pequeno e não terá apoio no Congresso. Seu discurso é muito tentador, mas por enquanto não deu para conhecer suas propostas.

Se Marina vencer, o Brasil vai caminhar rumo ao desconhecido. O que não é necessariamente ruim. É uma aposta. A conferir.


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