Folha de S. Paulo


O novo de Harper Lee no Brasil

"Go Set a Watchman" (arrume um vigia), romance inédito da americana Harper Lee, 88, a premiada autora de "O Sol É para Todos" (1960), terá tradução no Brasil no final de julho, duas semanas após sair nos EUA. Na semana passada, em que editores de vários países fizeram romaria a Londres para ver os originais, os direitos foram adquiridos por aqui pela José Olympio –editora de "O Sol É para Todos", que está fora de catálogo, mas volta às livrarias em abril com nova tradução.

A editora assinará termo de confidencialidade para que o texto não vaze. O anúncio da obra, 55 anos após o único título lançado por Lee, foi controverso porque ela sempre disse não querer publicar outros livros e, segundo amigos, não teria condições de decidir isso agora –argumento rejeitado pela advogada dela. Embora a história se passe após a de "O Sol É para Todos", que narra por olhos infantis o caso de um negro acusado injustamente de estuprar uma branca, "Go Set a Watchman" foi escrito antes. Nos EUA, a tiragem inicial será de 2 milhões de cópias.

VERSÃO DIGITAL

No primeiro ano com inscrições apenas pela internet, o Prêmio Sesc de Literatura, para livros inéditos, já teve mais do dobro de interessados da média de anos anteriores.

De 19/1 até sexta (27) pela manhã, 1.337 autores tinham enviado originais, ante uma média anual anterior de 500 inscrições. É possível enviar textos até domingo pelo site do prêmio.

Idealizador da premiação, Henrique Rodrigues diz que, com a mudança para o digital, 800 mil folhas de papel deixam de ser impressas. Antes, cada interessado tinha de mandar quatro cópias de seus livros. Agora, e-readers serão distribuídos entre os cerca de 35 envolvidos na seleção de textos.

Os vencedores, nas categorias romance e contos, serão anunciados em julho, durante a Flip, e terão seus livros publicados ainda neste ano pela Record. Entre os autores revelados por edições anteriores estão Luisa Geisler, André de Leones e Marcos Peres.

RAIVINHA

Divulgação
Imagem do livro
Imagem do livro "Ninguém Vai Ficar Bravo", de Toon Tellegen e Marc Boutavant

"Ninguém Vai Ficar Bravo?", com texto do holandês Toon Tellegen e ilustrações do francês Marc Boutavant, traz 12 histórias sobre animais mal-humorados; sai pela WMF Martins Fontes em maio.

FEITO TATUAGEM

"A Mágica da Arrumação", da japonesa Marie Kondo, previsto para maio pela Sextante, vem angariando admiradores radicais com sua promessa de um método "revolucionário" de organização, que levaria a resultados duradouros. O livro está há semanas no topo da lista de autoajuda do "New York Times".

Em um bate-papo na mais recente edição da revista "Interview", as atrizes Jamie Lee Curtis e Sigourney Weaver se mostram entusiasmadíssimas pelo best-seller.

Curtis diz que se tornou "profunda defensora" do método de Kondo, e Weaver cita uma frase do livro, sugerida pela japonesa para decidir jogar ou não algo fora: "Isso te traz alegria?", ao que Curtis responde: "Essa será minha próxima tatuagem!"

Quadrinhos O britânico Paul Gravett, autor de "Mangá – Como o Japão Reinventou os Quadrinhos" (Conrad), vem ao Brasil em agosto para a terceira edição das Jornadas Internacionais de Histórias em Quadrinhos. Maior congresso latino-americano na área da teoria de quadrinhos, as jornadas já estão com inscrições abertas pelo site eca.usp.br/jornadas.

Paris O diretor da editora Nemo, Arnaud Vin, representará o Brasil em mesa redonda sobre HQ no dia 18 de março, em evento que antecede a homenagem ao país no Salão do Livro de Paris. Debaterá o cenário atual de quadrinhos brasileiros e franceses com Patrice Margotin, diretor do grupo Delcourt.

Paris 2 O Salão do Livro, aliás, não vem animando editores franceses, segundo o jornal "Le Monde". Na semana passada, o diário descreveu, em reportagem sobre o evento, cenário similar ao apontado por editores brasileiros em relação às bienais de livros: os espaços são caros, o evento serve só como lugar para caçar autógrafos e fazer selfies etc. A homenagem ao Brasil não foi nem mencionada no texto.

Em breve "Submissão", de Michel Houellebecq, com tradução de Rosa Freire d'Aguiar, está confirmado para maio, pela Alfaguara. O controverso romance descreve o país depois que um candidato muçulmano vence as eleições presidenciais.


Endereço da página:

Links no texto: