Folha de S. Paulo


Seus pais exageram nos carinhos?

Aposto que tem horas que você sente vontade de conversar com seus pais e tê-los ao seu lado. Ou sente a maior saudade quando está longe deles. Aí fica louco para sentar no colo de um –ou dos dois!– e ganhar muitos beijos e carinhos.

Mas acontece de ficar envergonhado e acabar ficando na sua, bem quietinho, sem demonstrar o que está sentindo, não é?

Na hora de se encontrar com os dois na frente de seus colegas –quando sai da escola, por exemplo– e eles quererem logo dar abraços e beijos, você acha que está pagando o maior mico e evita os carinhos?

E depois, quando se lembra do que fez, fica com uma pontinha de dor no coração, afinal, no fundo, adora os carinhos deles?

É assim mesmo: crescer (e crianças crescem um pouco todos os dias) faz com que emoções contraditórias em relação a seus pais sejam experimentadas. Antes, eles eram o máximo! Praticamente super-heróis, é verdade ou não é?

Aí, de repente, começa a encontrar defeitos, a achar que eles exageram em muitas coisas –nos carinhos, por exemplo–, que mandam demais, que brigam demais sem motivo, esse tipo de coisas chatas.

Se isso acontece, não se preocupe: não quer dizer que você está sentindo menos amor. Isso é apenas um sinal de que está em pleno crescimento.

Mas tem uma coisa que pode ajudar nessa situação: quando disser ou fizer algo e, depois, perceber que magoou seus pais, vá até eles, explique o que está sentindo. Prometa a si mesmo que vai tentar se controlar para não fazer a mesma coisa em outro dia e depois acabar se arrependendo.

Conheço muitas crianças (muitas mesmo!) que aprenderam a pedir desculpas com a boca, mas não com o coração.

As desculpas só devem ser pedidas se forem sinceras, se realmente acreditar que seu comportamento não foi legal e realmente não quiser repetir o ato.

Retratar-se somente da boca para fora, para ficar bem momentaneamente com seus pais, não vale!


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