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Se vencer em Itaquera, Palmeiras põe mais fogo no ambiente do Corinthians

Rodrigo Coca/Eleven/Folhapress
Torcida acompanha treino do Corinthians para o clássico contra o Palmeiras, no Estádio Itaquerão, neste sábado
Torcida acompanha treino do Corinthians para o clássico contra o Palmeiras, no Itaquerão, neste sábado

O discurso público dos jogadores do Palmeiras contrasta com o que se fala no ambiente interno. "Não acabou! Vamos fortes contra o Corinthians." A frase saiu de dentro do vestiário do Allianz Parque, logo depois do empate contra o Cruzeiro. Contraste com o que se ouviu nos microfones. Ouvia-se: "Foco no G-4."

O Corinthians é favorito ao título. Isso é óbvio.

Daí a Palmeiras e Santos desistirem da briga pela taça vai uma distância grande.

Em 2009, ano da maior virada nos pontos corridos, Mano Menezes dirigia o Corinthians e afirmou que seu time não tinha mais chance, na 18ª rodada. O Flamengo virou o primeiro turno atrás do Corinthians e foi campeão.

O maior adversário corintiano hoje é a insegurança. Carille testou Camacho no lugar de Maycon, Clayson na vaga de Jadson. Precisa encontrar a medida certa para achar o time novo, depois que a formação titular deixou de ser invicta, semana passada.

Logo depois da derrota para a Ponte Preta, questionado sobre a queda de desempenho de Jadson e Rodriguinho, respondeu: "Você estão falando só dos dois, e estou falando de todos."

Há muitas coisas importantes para a afirmação de um técnico. É preciso convencer a torcida, os dirigentes, a imprensa e o vestiário. Depois de tudo isso, perder os jogadores pelas críticas públicas segue sendo um risco. A linha entre a cobrança e a exposição excessiva dos problemas é muito tênue.

Sob o comando de Alberto Valentim, o Palmeiras ainda não venceu nenhum grande jogo.

É o segundo colocado do returno, melhorou seu desempenho, joga mais com a bola no chão do que fazia com Cuca, mas venceu dois times da zona de rebaixamento e os reservas do Grêmio.

Daniel Augusto Jr./Ag. Corinthians/Divulgação - Cesar Greco/Ag. Palmeiras/Divulgação
SAO PAULO,SP - Fabio Carille durante o treino esta tarde no CT Joaquim Grava, zona leste da cidade. (FOTO: Daniel Augusto Jr. / Ag. Corinthians / Divulgacao, VENCER) *** AGORA SAO PAULO *** ORG XMIT: Treino do Corinthians ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***SAO PAULO,SP - TREINO DO PALMEIRAS - Alberto Valentim tecnico da SE Palmeiras, durante treinamento, na Academia de Futebol. (Foto: Cesar Greco/ Ag. Palmeiras / Divulgacao) *** AGORA SAO PAULO **
Fábio Carille e Alberto Valentim, técnicos de Corinthians e Palmeiras, que jogam neste domingo

Isso, antes de empatar contra o Cruzeiro. Em casa, jogou bem e não venceu.

No segundo turno, o Palmeiras não perdeu como visitante. Mas jogou sete vezes como mandante e ganhou só três. São dez pontos desperdiçados. Se estivesse invicto em casa, como está como visitante, teria chance de assumir a liderança neste domingo. Não tem.

Mas, se ganhar em Itaquera, o Palmeiras colocará mais fogo no ambiente já tenso do Corinthians.

A distância era de 17 pontos há dez jogos. Hoje, é de cinco.

Faltarão seis jogos, três deles em casa. Se perder pontos como mandante como tem perdido, o Palmeiras não ganhará o título nem vencendo em Itaquera. Mas, se o Corinthians perder de vez a paz, a chance aumenta.

A história dos clássicos paulistas, desde 2009, quando o Morumbi deixou de ser o palco dos clássicos paulistas, é dos mandantes. Exceto em Corinthians x Palmeiras.

O São Paulo não ganha do Corinthians em Itaquera nem do Palmeiras no Allianz Parque. Mas Corinthians x Palmeiras não tem lugar. Foram cinco Dérbis em Itaquera, duas vitórias do Corinthians, um empate e duas do Palmeiras.

Na nova casa palmeirense, os corintianos venceram duas vezes, perderam uma e empataram outra.

A última vez que o Corinthians teve menos de três pontos de vantagem na tabela foi antes de jogar contra o Grêmio, em Porto Alegre, pela décima rodada. Uma vitória do Palmeiras não muda o líder. Mas mexe no campeonato.


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