Folha de S. Paulo


Pecado do Corinthians é a insegurança quando precisa ter posse de bola

O Corinthians sofreu sua terceira derrota no Brasileiro, a primeira fora de casa desde março, quando caiu em Araraquara contra a Ferroviária. Incrível que, em 27 partidas como visitante no ano, o líder do Nacional tenha perdido só duas.

Os times espelhados com o Corinthians têm conseguido pontos, como a Folha mostrou no domingo (10), mas o espelho em questão é menos o desenho tático e mais o estilo de jogo.

A derrota aconteceu em dois contra-ataques. O Santos de Levir prefere a velocidade à troca de passes.

Contra o Santos, o Corinthians não jogou em um 4-2-3-1. Pelo posicionamento avançado de Rodriguinho, eram duas linhas de quatro, com o meia mais próximo de Jô do que do meio de campo. Veja abaixo.

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O pecado do Corinthians segue sendo o de não ser tão seguro quando precisa ter mais posse de bola. Foi o caso do clássico de domingo. Ao final do primeiro tempo, o Santos tinha 45% do tempo com a bola e as melhores chances de gol. Especialmente o contra-ataque puxado por Zeca que se transformou em passe de Bruno Henrique para Ricardo Oliveira finalizar.

Cássio defendeu.

Não foi um bom jogo, em parte porque o Santos tem sido cada vez mais parecido com o Corinthians. Quando precisa jogar com paciência, incomoda-se com a falta de espaço. Lucas Lima, na maior parte das vezes, recebeu atrás do meio de campo. Isso porque o Santos não conseguia fazer a bola chegar aos pés de seus atacantes lá na frente.

Diferente apenas no lance do primeiro gol santista, no início da segunda etapa, quando o Corinthians estava melhor na partida. Contra-ataque, a jogada preferida do Brasileiro-2017, puxado por Bruno Henrique, da equipe que, em teoria, trocaria mais passes.

Faltou Gabriel no rebote produzido pela rebatida de Pablo. Lucas Lima não perdoou.

Depois do gol, o Corinthians avançou. Empurrou o Santos, criou com chutes de meia distância e bolas paradas, mas sem nenhuma capacidade de infiltração, para chutar frente a frente com Vanderlei. Criatividade está em falta no Campeonato Brasileiro.

O líder mantém sete pontos de vantagem sobre o Grêmio, segundo colocado, mas só venceu uma vez e perdeu três em quatro rodadas do returno. O Santos também não tinha vencido no segundo turno antes do clássico.

Os mais sérios perseguidores– Grêmio, Santos e Palmeiras– perderam 21 pontos nas últimas quatro rodadas.

Deixe de lado um pouco o Grêmio, que perdeu do Vasco no sábado, e pense apenas no Santos. Invicto há treze rodadas, desde que caiu contra o Sport na Vila Belmiro, no dia 24 de junho, estaria apenas três pontos atrás do líder se não colecionasse três empates no returno.

Agora são onze partidas em que o Corinthians teve mais posse de bola do que o adversário. Não venceu sete (63%). Foram quatro vitórias, quatro empates e as três derrotas da campanha.

Nas doze vezes em que pôde contra-atacar e jogar menos com a bola do que o adversário, registrou onze vitórias e um empate, 94% de aproveitamento. Na Vila Belmiro, o melhor em campo foi Lucas Lima. A invencibilidade indica que, sem alarde, o Santos pode realizar seu sonho de 2017. Não, não é o Brasileirão.

É ganhar a Libertadores.

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LEGIÃO
Qualquer comunidade estrangeira se agrupa, em qualquer país, em qualquer atividade. Acontece com os jogadores brasileiros que atuam no exterior. Então repare como todas as imagens de treinos do São Paulo têm Arboleda, Lugano, Buffarini, Jonathan Gómez e Cueva juntos.

SOLUÇÃO DIFÍCIL
A declaração de Cueva contra Rodrigo Caio, ingênuo ao dizer que o peruano sabe que precisa melhorar (ué, não sabe?) indica que os principais líderes do elenco são-paulino estão separados. Não é bom. Se o São Paulo não vencer confrontos diretos na parte baixa da tabela, neste caso vai cair.


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