Folha de S. Paulo


Palmeiras fez 4 a 2, mas ainda não é totalmente convincente

Cesar Greco/Cesar Greco/Ag Palmeiras/Divulgação
O jogador Hyoran, da SE Palmeiras, comemora seu gol contra a equipe do São Paulo FC, durante partida válida pela vigésima segunda rodada, do Campeonato Brasileiro, Série A, na Arena Allianz Parque.
Hyoran comemora gol feito no São Paulo, no Allianz Parque

O Palmeiras cruzou onze vezes em vinte minutos, média de um levantamento a cada duas voltas do relógio. Antes que se atribua toda a culpa ao estilo do técnico Cuca, vale lembrar que no ano passado o time campeão brasileiro foi o quinto com menos bolas cruzadas.

Ou seja, não é o único prato do cardápio do treinador.

Piorou neste ano, porque o time continua sem estar montado. O São Paulo aproveitou desse fato.

Aos 13 minutos, Pratto recebeu atrás dos dois volantes palmeirenses, Bruno Henrique e Tchê Tchê, de frente para os zagueiros, Edu Dracena e Luan. O passe perfeito entrou no mesmo espaço do gol são-paulino no primeiro turno.

No Morumbi, Pratto recebeu entre o zagueiro e o lateral-esquerdo. No Allianz Parque, Marcos Guilherme jogou entre Luan e Michel Bastos.

Há exemplos evidentes da falta de jogo coletivo do Palmeiras.

Aos 22 da segunda etapa, quando o clássico já estava empatado por 2 a 2, Keno duela com Buffarini na ponta esquerda. Mais dois defensores do São Paulo estavam ao seu redor e nenhum colega para fazer o passe.

A única opção foi Michel Bastos, também solitário, três passos atrás. Foi dali saiu o cruzamento.

Da mesma ação, saiu o gol de Deyverson, bem anulado por impedimento de Jean.

No São Paulo, outra vez Hernanes foi referência. Já são seis gols em seis partidas, o segundo apenas com bola rolando. Isso porque desperdiçou a chance de matar a partida, num contra-ataque aos 30 do segundo tempo. A oportunidade desperdiçada por Hernanes e outra, dois minutos mais cedo, por Rodrigo Caio, poderiam dar a vitória por 3 a 2 ao São Paulo. Especialmente a jogada de Rodrigo Caio, que furou.

Ainda houve um terceiro contra-ataque que ampliou a tensão nas arquibancadas do Allianz Parque, um segundo antes da jogada de Deyverson e do passe para Keno encher o pé no canto de Sidão.

"Vai na frente e não faz o gol!", diz o goleiro são-paulino após o lance. A imagem da TV flagrou a reclamação do goleiro logo depois de sofrer o gol, da quinta vitória do Palmeiras em cinco clássicos no novo estádio palmeirense.

Cuca terá duas semanas de paz. Já o São Paulo viverá quinze dias de angústia e de distância maior ainda para sair da zona de rebaixamento do Brasileiro.

O resultado tem a ver com o mando de campo.O Palmeiras fez 4 a 2, mas ainda não é totalmente convincente. Mesmo com evolução, chutando dez vezes no alvo, contra quatro do São Paulo. Mesmo atendendo mais ao estilo de Cuca, com 37% dos desarmes no campo de ataque. Porém, ainda não dá a segurança que espera o torcedor.

O São Paulo dá sinais de vida, tem Hernanes como referência, mas é lento para chegar ao ataque e desperdiça oportunidades que uma equipe na briga para não cair não pode se dar ao luxo de perder.

Até a boa notícia de agora possuir um patrocinador master parece mau agouro, porque no centro da camisa está estampado o nome INTER.

A referência é um pedido do banco Intermedium, que quer ser conhecido assim. Impossível esquecer que há um ano, quem vivia o drama, o time grande na zona da degola, era o Inter. Estava em 17º lugar, com um ponto a mais do que hoje possui o São Paulo.

Editoria de Arte/Folhapress
Campinho PVC

SEM A BOLA

A vantagem do Corinthians sobre o segundo colocado segue de dez pontos, depois da segunda derrota, no décimo jogo em que teve mais posse de bola do que o adversário. Nas partidas em que o time fica mais com a bola, Carille tem quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas.

PODE PIORAR

Com esse retrospecto, a diferença para o vice-líder do Brasileiro, Grêmio, pode cair para sete pontos, se o time gaúcho vencer em Porto Alegre contra o Sport, no sábado (02). A maior distância nesta rodada foi do São Paulo de 2007, sobre o Cruzeiro, vice-líder: oito pontos.


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