Folha de S. Paulo


É impressionante como as jogadas de bolas paradas se repetem no Palmeiras

Rubens Cavallari/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL. 24-09-2016. 17h12min20s. Palmeiras e Coritiba pela 27ª rodada da serie A do Campeonato Brasileiro 2016 no Allinz Parque. Leandro Pereira apreoveita a falha do goleiro Wilson do Coritiba e marca o primeiro do Palmeiras. (foto: Rubens Cavallari/Folhapress, VENCER, **** EDICAO NORMAL****). ***EXCLUSIVO AGORA***EMBARGADA PARA VEICULOS ON LINE***UOL E FOLHA.COM E FOLHAPRESS CONSULTAR FOTOGRAFIA DO AGORA SÃO PAULO***f: 3224-2169, 3224-3342. *filename:_AV_9830.JPG* (TRAX NUMBER: 10066630A) ORG XMIT: _AV_9830.JPG
Leandro Pereira (dir.) comemora o seu gol marcado na vitória do Palmeiras sobre o Coritiba

É claro que o primeiro gol do Palmeiras contra o Coritiba nasceu do vacilo do adversário. Mas é impressionante como as jogadas de bolas paradas se repetem no Palmeiras. E as jogadas ensaiadas, como a do segundo gol. Cuca insiste que a bola caia no lugar exato durante os treinos.

Dos 47 gols do ataque mais positivo do Brasileirão, 19 foram frutos de bola parada —um terço.

A vitória deste sábado (24) joga o problema para o Flamengo. O plano palmeirense precisa ser fazer 13 pontos somando o jogo de ontem aos quatro próximos.

TECNOLOGIA PRO

Os árbitros do Brasileirão que carregam o escudo da Fifa recebem R$ 3.850 por partida. Os personagens da quarta-feira, Jean Pierre Gonçalves Lima e Rodolpho Toski, de atuações ruins nos jogos Vasco x Santos e Corinthians x Fluminense, recebem menos do que isso: R$ 2.950. É também o caso de Rodrigo Raposo, que estragou Internacional x Santos há duas semanas.

Raposo foi afastado de todas as escalas da Série A desde os erros do Beira-Rio. Quem não apita não recebe.

É óbvio que os árbitros lambões têm de sair das escalas. O castigo é tímido e isso sempre traz a impressão de que os juízes ficam impunes, como disse o presidente do Vasco, Eurico Miranda: "Errar é humano, mas o único que erra e não acontece nada é o árbitro."

Eurico também errou ao dizer que os árbitros não são amadores, mas profissionais. O Brasileirão começou no dia 14 de maio. Em quatro meses, apenas seis homens apitaram mais de dez partidas. Ou seja, somente seis árbitros receberam média de R$ 10 mil mensais.

Como todos têm mulher e filhos -e mãe também- precisam dedicar-se a outra atividade. Enquanto jogadores de 22 anos passam a semana inteira treinando, os árbitros na faixa dos 35 voltam para casa e exercem outra profissão.

O lugar onde há menos escândalos de arbitragem no mundo é a Inglaterra, único país onde quem se veste de preto é profissional. Lá também se pede o uso de tecnologia e árbitros de vídeo. Aqui, pergunta-se se é mais urgente adotar a tecnologia ou profissionalizar os árbitros. A resposta é óbvia: ambos!

É o único jeito de diminuir o número de polêmicas.

O verbo é diminuir...

Dos seis lances discutidos em Corinthians x Fluminense, houve três acertos indiscutíveis e três jogadas polêmicas. De cabeça fria, um dia depois da eliminação da Copa do Brasil, o diretor de futebol do Flu, Jorge Macedo, anistiou o árbitro pela expulsão de Marquinho. Seguiu reclamando dos dois pênaltis.

Na ESPN, o analista de arbitragem, Sálvio Spínola, julgou a expulsão de Marquinho o único erro das seis jogadas discutidas.

No FOX Sports, Carlos Eugênio Símon marcaria o pênalti de Fágner em Richarlison e não expulsaria Marquinho -eu também.

O chefe da arbitragem, Sérgio Corrêa, julgou que Rodolpho Toski acertou em todas as decisões. Erra junto com o árbitro. Mas uma frase de Sérgio Corrêa mata a charada: "Aqui discute-se uma jogada, ela vira polêmica e em instantes a polêmica passa a ser tratada como erro. Muitas vezes não é erro. É apenas polêmica."

A única maneira de acabar com isso e manter os torneios a salvo da nuvem de desconfiança é adotar o profissionalismo dos árbitros. E também a tecnologia.

O NOVO MUNDIAL

O presidente da Fifa, Gianni Infantino, visitou a CBF em agosto e ouviu um apelo do presidente do Atlético-MG, Daniel Nepomuceno. Queria que a Fifa trabalhasse para que os torneios de clubes fossem valorizados em outros continentes, como acontece na Europa.

Quarenta dias depois, a Fifa tem um plano para o novo Mundial de Clubes. A ideia é que seja bienal, com 16 a 24 participantes, dois terços provenientes de Europa e América do Sul. A Fifa admite que o modelo atual não pegou.


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