Folha de S. Paulo


Dérbi de 22 anos

Thiago Santos teve atuação impecável, somou nove desarmes, recorde na comparação com todas as partidas do Brasileirão 2016. O volante escalado por Cuca simboliza a atuação do líder do campeonato. Depois do 1 x 0 marcado por Erik, o Palmeiras recuou. Queria o contra-ataque.

Teve chance de fazer 2 x 0, mais do que de sofrer o empate. Na estreia de Paulo Roberto Falcão, o Internacional só chutou duas vezes ao gol de Fernando Prass. O Palmeiras finalizou o dobro.

Para quem amanheceu com a perspectiva de perder a liderança, foi sensacional a rodada palmeirense, sucesso composto pela quebra de dois tabus. O Palmeiras não vencia no Beira-Rio pelo Brasileirão desde 1997.

Foi também a terceira vez que ganhou no estádio do Inter na história do campeonato.

O segundo tabu caiu em Itaquera. O São Paulo nunca havia somado um ponto sequer no estádio corintiano. Empatou e Edgardo Bauza poderia ter visto seu time vencer o primeiro clássico na zona leste, no fim do segundo tempo. O início do jogo mostrava o São Paulo extremamente ansioso. Muita raça, pouca tranquilidade.

Cueva era o contraponto. Trocava passes, chamava a bola em seu pé, driblava, infiltrava-se, como na jogada do pênalti que existiu e permitiu o primeiro gol do meia peruano.

O Corinthians teve capacidade de reação e foi melhor na soma da primeira etapa, antes de dar espaço para o São Paulo melhorar depois das substituições e das entradas de Gilberto, Wesley e Luiz Araújo.

Cristóvão Borges foi xingado de burro ao trocar Marquinhos Gabriel por Rildo. Injusto. O xingamento tinha menos a ver com elogios à atuação de Marquinhos Gabriel, que tinha acabado de desperdiçar um ataque. Tem relação mesmo com a desconfiança sobre Cristóvão desde o momento de sua contratação.

Com quatro vitórias consecutivas, ainda havia mais comentários sobre a perda de intensidade do Corinthians com a ausência de Tite. Não faz sentido ainda. Com Tite também houve partidas ruins, algumas em que a equipe esperava o adversário postado em seu campo de defesa.

Na campanha do título brasileiro de 2015, o Corinthians só assumiu a liderança na 18ª rodada. Vamos para a 16ª na semana que vem, confronto do Corinthians contra o Figueirense, em Itaquera. O Palmeiras receberá o

Atlético-MG no Allianz Parque, primeiro jogo sem os olímpicos Fernando Prass e Gabriel Jesus.

Cuca tem certeza de que o goleiro Vágner está pronto para ser o substituto de Fernando Prass. Com o sucessor de Gabriel Jesus é diferente. Barrios tira o ritmo veloz da equipe. Não é tão rápido quanto Róger Guedes,

Gabriel, Dudu nem Erik. Mas deve ser titular contra o Atlético-MG, em teoria, até pelos problemas recentes que existiram entre o paraguaio e a comissão técnica.

A falta de Gabriel Jesus deixa muito aberto o campeonato e também a liderança até o fim do primeiro turno. Não há motivo para crise nem para críticas a Cristóvão Borges neste momento.

Há, sim, razões para empolgação no Palmeiras. O time não era seguro e não fazia uma campanha tão confiável há 22 anos. É a melhor trajetória em 15 jogos desde 1994, ano do último título. Naquela época, Palmeiras e Corinthians disputaram o troféu cabeça a cabeça, exatamente como hoje.

DE SAÍDA?
O beijo no escudo do Santos pode significar que o gol contra a Ponte Preta no sábado (16) pode ter sido o último de Gabriel pelo time. O Santos garante que não há proposta. Mas há quatro clubes interessados: Chelsea, Atlético de Madri, Borussia Dortmund e Juventus.

O ENCONTRO
O técnico Jorge Sampaoli encontrou-se com Ganso pela primeira vez no início deste ano, no aeroporto de Buenos Aires. Começou ali o namoro que tirou o meia do São Paulo. Se o peruano Cueva jogar sempre o que jogou neste domingo, vai dar conta da herança.


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