Folha de S. Paulo


Quem dá bola é o Santos

O primeiro tiro de meta do jogo foi um sinal de que o Santos queria tocar a bola. O volante Renato recuou entre os zagueiros, com Lucas Verissimo aberto de um lado e Gustavo Henrique do outro. Ampliar o campo é o melhor jeito de espalhar o time que marca, quando se tem a bola.

A intenção do Santos de seguir os times mais modernos da Europa ficou mais clara na jogada do gol, aos 8 minutos. De novo a bola sai por baixo. De Vanderlei para Renato e, em apenas quatro passes, Serginho finalizou. No rebote, Ricardo Oliveira marcou 1 x 0.

A ideia de Dorival Júnior é fazer o Santos jogar com o estilo apresentado no clássico. O treinador contabiliza 10% de posse de bola, em média, a mais do que havia em 2015. Bayern e Barcelona têm mais de mil ações por jogo, cada toque na bola de um jogador. O Santos tem média de 944. A intenção é ser o time da posse de bola no Brasil.

O Corinthians errou 13% de seus passes no primeiro tempo. Contra o Santa Fe, pela Libertadores, foram 69 passes errados, um a cada seis. O Santos foi o contraponto: acertou 91%. A quantidade de passes santistas neste ano aumentou 84% em comparação com 2015.

Existem várias maneiras de jogar. Se você quiser arriscar mais, certamente vai errar mais.

O Corinthians ousa. E também perdeu seis titulares em janeiro. O Santos mantém dez titulares do ano passado. A troca de passes baseia-se no entrosamento. É uma escolha de Dorival Júnior para o time de 2016.

Aumentar a porcentagem de acerto, de posse de bola, controlar o jogo, sem correr riscos, bola no pé.

O Corinthians pensa parecido, mas é diferente. Tite quer troca de passes, pressão média em boa parte do tempo, mas seu time é mais direto, mais vertical.

Para contrapor a troca de passes do Santos, o Corinthians melhorou o passe no segundo tempo. Depois do intervalo, havia 96% de acerto até os 20 minutos. Equilibrou o jogo, só não criou muitas chances de gol.

Editoria de Arte/Folhapress
campinho PVC
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Ficou mais forte.

Fagner, melhor em campo contra o Santa Fe, foi apenas o terceiro passador do jogo de ontem. O Corinthians sente dificuldade quando a bola não passa por seus laterais.

O passe ajuda a controlar o jogo. Marcado por pressão ontem contra o Eibar, o Barcelona fez a saída de bola chegar perto da linha de fundo, em seu campo de defesa. Não abandonou a opção pelo passe e isso significava chamar o adversário e deixá-lo o máximo possível no campo de ataque. Com quatro passes certos, o Barça estava do outro lado do meio-campo, onde o adversário havia aberto espaços, por subir todos as suas linhas.

Ontem, o Santos impôs a primeira derrota em jogos oficiais ao Corinthians, em 2016. Piorou no segundo tempo, mas anunciou o estilo que deseja para ser campeão paulista, brigar pela Copa do Brasil e tentar o título brasileiro pela primeira vez desde 2004.

Ontem fez aniversário de 48 anos o fim do tabu, da vitória corintiana por 2 x 0 sobre o Santos de Pelé depois de 11 anos sem ganhar em Campeonatos Paulistas.

Devagar, o Santos constrói uma nova e pequena escrita. Pelo terceiro jogo seguido, o Corinthians sai derrotado da Vila Belmiro, sem conseguir fazer gol.

É relevante, num período em que o Corinthians é o time mais estável do país e último campeão do Brasileirão.

PAZ

Não está bom ainda, mas o que o Palmeiras mais precisa é paz para corrigir seus erros. Descobrir que Thiago Martins pode ser o parceiro de Vítor Hugo é ótimo. Ganhar a segunda partida em casa é melhor ainda, antes do duelo contra o Nacional, de Montevidéu.

GUERRA

O River Plate tem Pisculichi e D'Alessandro machucados e jogou o clássico contra o Boca Juniors ontem. Mas será muito difícil vencer o campeão da Libertadores da América em Buenos Aires. Menos pelo River. Mais pelo que o São Paulo não tem conseguido fazer.


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