Folha de S. Paulo


Tá morto!

Agora é só ganhar do Coritiba em Itaquera e o Atlético-MG não vencer o Figueirense em Florianópolis. Nesse caso, o sexto título brasileiro do Corinthians será confirmado no próximo domingo.

Talvez com o Corinthians de folga, porque enfrentará o Coritiba no sábado e o Atlético-MG só jogará às 17h do domingo. Pecado se o título não puder ser comemorado por seu próprio resultado, no gramado.

Razão para considerar que, na prática, o campeonato caiu no Horto e agora está morto! O Atlético-MG perdeu pela nona vez em 111 partidas no novo estádio Independência. A mais demolidora das derrotas.
Obra coletiva do time mais forte do Brasil, mas com um toque individual de Jadson.

Editoria de arte/Folhapress

Foram dois passes para gol, o segundo de discutível aplicação do conceito de assistência, porque Vagner Love deu dois toques na bola antes de finalizar –mas na tabela das estatísticas está contabilizada a 12º assistência do camisa 10 corintiano.

Na sexta, Tite deu entrevista premonitória. Disse que se orgulha de sua equipe, por ser competitiva e também por jogar bonito, sempre que possível. O segundo tempo avalizou as palavras do treinador. O terceiro gol, com tabela de Vagner Love e Renato Augusto e finalização de virada de Lucca, confirmou.

Houve momentos da primeira etapa em que o Corinthians sofreu com as infiltrações de Dátolo, Pratto e Giovanni Augusto em direção à marcação de Felipe. Sofreu com isso e com os cruzamentos, feitos em excesso pelo Atlético-MG.

O contraponto: sempre que avançou a marcação para dificultar a saída de bola atleticana, o Corinthians mostrou sua superioridade.

A palavra-chave é repertório. Tite estruturou uma equipe que se adapta às circunstâncias de cada jogo. Bloqueia com duas linhas compactas de quatro homens quando é pressionado. Vai ao ataque com velocidade quando tem espaço. Marca por pressão e dificulta o passe do zagueiro adversário, por períodos enormes.

Outro ponto positivo do massacre corintiano no Horto foi apagar qualquer hipótese de se falar em mancha no campeonato por causa das reclamações contra a arbitragem do Atlético-MG, no final do primeiro turno.

Só há duas dúvidas na parte de cima da tabela. A primeira é a data da confirmação do troféu. Se não for contra o Coritiba, em casa, tem tudo para ser contra o Vasco, em São Januário, na 35ª rodada.

A segunda questão é se o melhor jogador do campeonato será Jadson ou Renato Augusto. Os números tornam cada dia mais indiscutível o prêmio para o número 10, apesar de Renato Augusto fazer questão de jogar bem em todas as partidas.

Jadson foi o destaque indiscutível no Independência, o homem que mais passes certos ofereceu no jogo (46). Mas Renato Augusto ficou em segundo lugar nesse critério (39). Nunca, desde que se contam as estatísticas de passes para gols, alguém terminou o campeonato como líder de assistências e vice-artilheiro do Brasileirão.

Jadson soma as duas glórias, agora empatado como goleador do virtual campeão com... Vagner Love.

Como disse Renato Augusto, há um mês, Love poderia ser o jogador a definir partidas da reta de chegada da campanha, porque fisicamente estava em fase de evolução, enquanto ele, Jadson e Elias não iriam jogar melhor do que já mostravam.

Vagner Love tem quatro gols nos últimos três jogos do campeonato, metade dos marcados pelo Corinthians nesse período.

LEMBRANÇAS DE 1979

Vicente Matheus parou o Paulistão em novembro de 1979 e quebrou o embalo do Palmeiras de Telê Santana, que goleava e dava espetáculo. Em janeiro, o Corinthians venceu o rival. Incrível como o Santos seria favorito da Copa do Brasil se a final fosse quarta-feira.

NA BRIGA

O São Paulo não jogou de forma brilhante e sua tabela não é simples, mas a reação dá esperança de ir à Libertadores. Mesmo que a crise esteja sempre tão presente. Se a política atrapalha os jogadores? É só ver Pato citando a entrevista de Leco e dizendo que não deve ficar.


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