Folha de S. Paulo


Técnico novo nem sempre resolve

Oswaldo de Oliveira assumiu o Flamengo em 13º lugar e subiu para quarto, com seis vitórias consecutivas.

Juan Carlos Osório chegou ao São Paulo em sexto lugar. Hoje está em quinto lugar.

Marcelo Oliveira pegou o Palmeiras em 15º lugar, chegou à zona de classificação para a Libertadores, caiu de novo para oitavo e fechou a rodada em sexto.

O Santos estava em 18º, antes de contratar Dorival Júnior. Perdeu só duas vezes e está em oitavo.

Roger Machado entrou no lugar de Felipão em 11º na tabela. O Grêmio está em terceiro lugar.

Das dezenove mudanças de técnico do Brasileirão, estas cinco dão a percepção de que demitir pode ser a solução.

Há o contraponto. Todos estes exemplos são de clubes participantes da disputa para ir à Libertadores em 2016. Corinthians e Atlético disputam o título e não mudaram de treinador desde janeiro. O Atlético desde abril do ano passado.

Além dos dois líderes, Sport e Chapecoense mantêm os trabalhos desde o início do ano. Cada um à sua maneira está dentro do planejamento. O Sport disputou a vaga na Libertadores até priorizar a Copa Sul-Americana. A Chapecoense só queria ficar fora da briga contra o rebaixamento. Está longe dela.

É inegável que os cinco exemplos de mudanças foram satisfatórios. É mais difícil defender as trocas de Doriva por Celso Roth, no Vasco, de Guto Ferreira por Doriva, na Ponte Preta, até mesmo de Diego Aguirre por Argel Fucks, no Internacional.

As subidas ou descidas na classificação são mínimas nestes casos.

Não é bom terminar o ano com a percepção de que se seu time fizer tudo errado e mudar de treinador, as coisas podem dar certo. Trocar de técnico muitas vezes evidencia o erro da contratação, não o acerto na mudança.

O Palmeiras trocou Oswaldo por Marcelo e foi ultrapassado na tabela pelo Flamengo, dirigido por seu ex-treinador. Marcelo Oliveira fez seu time melhorar. Depois, a irregularidade voltou.

Semana passada, teve excelente atuação contra o Corinthians, péssima contra o Figueirense. O elenco é bom, mas o time ainda não. A culpa não é de Marcelo Oliveira, mas de uma temporada em que chegaram 25 jogadores e a equipe foi dirigida por dois técnicos diferentes.

O momento instável do Palmeiras e a derrota do Santos em Campinas permitem manter o pensamento de que trocas de treinador têm efeito igual ao de descongestionante nasal, no auge da gripe. Dá meia hora de alívio. Depois, a falta de ar volta, igual ou pior do que antes.

No caso do futebol, a doença é a falta de planejamento. Quem contrata técnico e monta elenco pensando na característica do time que quer ver jogar costuma se dar bem. A vantagem do Corinthians de Tite na liderança do campeonato dá o melhor exemplo deste Brasileiro.

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DESCANSO

A lesão de Uendel permitiu que ele descansasse duas semanas. O retorno foi ótimo. Deu passe para o primeiro gol e marcou o segundo. Mas Love também merece destaque. Ele perde gols, mas marcou cinco vezes nos seis jogos do 2º turno. O mesmo número de Luciano no final do 1º turno.

PARDAL?

Osório montou um time estranho, com Breno como volante, Carlinhos no meio-de-campo, Ganso no ataque. Ai, se perdesse. Funcionou. O time teve mais posse de bola do que o Grêmio."Treino o time para controlar a bola", disse o técnico após a derrota para o Santos.


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