Folha de S. Paulo


O domingo da virada

Se o Corinthians vencer a semifinal de hoje contra o Palmeiras, em Itaquera, alcançará o rival em número de vitórias nos clássicos pela primeira vez desde 1969. São 121 triunfos do Palmeiras, 120 do Corinthians e 104 empates.

A marcha do confronto, jogo a jogo, foi contabilizada nesta semana pelo jornalista Celso Unzelte.

No dia 11 de maio de 1969, o centroavante argentino Artime marcou duas vezes, o Palmeiras venceu por 2 a 0 e saltou à frente do rival com 66 vitórias contra 65. Nunca mais ficou atrás ou em igualdade.

Para o Corinthians, hoje pode ser o dia do empate e o passo para vencer no placar histórico a partir do primeiro turno do Brasileirão. Evitar a igualdade 121 x 121 pode significar outro tipo de virada para o Palmeiras.

São quatro anos desde o último triunfo verde, 2 a 1 em 2011. Também são vinte temporadas e treze Dérbis, desde 1995, sem ganhar no campo do rival, seja Pacaembu ou Itaquera –a lista, imprecisa, inclui os clássicos no estádio municipal mesmo com mando alviverde.

Quando a Parmalat rompeu a parceria, em 2000, a tabela histórica registrava 113 x 105.

Nestes quinze anos, o Corinthians ganhou quase o dobro de clássicos, conquistou Libertadores, Mundial de Clubes, dois Brasileiros, duas Copa do Brasil e quatro Paulistas.

O Palmeiras venceu um Paulista e uma Copa do Brasil, foi rebaixado duas vezes e hoje trabalha a passos largos para voltar a ser forte como sua história exige.

Aquele Palmeiras 2 a 0 Corinthians de 1969 valia pelo segundo turno do Paulistão muito mais valioso do que é atualmente. Foi o primeiro encontro depois das mortes do lateral-direito Lidu e do ponta-esquerda Eduardo.

A federação exigiu unanimidade para permitir a inscrição de dois novos jogadores pelo Corinthians. O presidente palmeirense, Delfino Facchina, votou contra. Os corintianos passaram a gritar "Porco!" ofensivamente, em todos os Dérbis.

O mundo muda. Hoje, o lado verde do estádio canta "Porco!" orgulhosamente, o Corinthians pode empatar a tabela histórica e o Palmeiras precisa vencer para mostrar que pode voltar a ser o campeão de sempre. O domingo em Itaquera pode mexer com muita coisa.

A HEGEMONIA

Quinze anos atrás, o Santos era a quarta força entre os gigantes paulistas e perdia a decisão do Estadual para o São Paulo. Era apenas a segunda finalíssima em dezesseis anos e nada indicava a virada a partir de 2002. Robinho ajudou a mexer nisso tudo.

Se superar o São Paulo no clássico da Vila, o Santos disputará a sétima final consecutiva. É claro que a torcida prefere voltar ao período das glórias nacionais e continentais, mas não é de se desprezar. Sequência igual à atual do Santos só existiu na era Pelé.


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