Folha de S. Paulo


Vai começar!

No dia 27 de janeiro de 1995, Romário estreou pelo Flamengo e o futebol recomeçou 39 dias depois do final da temporada de 1994. O Paulistão começou dois dias depois. Foi a última vez que o mês de janeiro (quase) inteiro foi de preparação para a temporada.

O ano novo vai ser do sábado dia 31 de janeiro para o domingo 1 de fevereiro. Início dos estaduais e as primeiras visões dos novos times, depois de três semanas de treinos e amistosos. Não é o suficiente, mas é melhor do que era.

De tudo o que se viu até agora e à parte os resultados contra Vasco e Flamengo, o São Paulo é o mais promissor.

Não por ter mais elenco ou mais talento, mas por possuir mais conjunto. Dos 20 principais clubes do país, só Muricy Ramalho e Marcelo Oliveira e estão no cargo há mais de um ano.

Editoria de Arte/Folhapress

Só que Marcelo perdeu quatro titulares negociados e mais Dedé, por lesão. Não existe mais o Cruzeiro bicampeão brasileiro. Haverá outro. "Será ainda mais forte", imagina o técnico rival, Levir Culpi.

Ainda não há indício. No jogo de ontem, contra o Shakhtar, o Cruzeiro foi lento na saída da defesa para o ataque, não teve um meia criativo na vaga de Ricardo Goulart e, para piorar, Everton Ribeiro vai mesmo para o Ah Ahli. O garoto uruguaio De Arrascaeta é ótimo, mas é jovem e vários estrangeiros não se adaptaram aqui –Martinuccio, destaque do Peñarol na Libertadores-2011, é um exemplo.

O Corinthians está em lua-de-mel pelo retorno de Tite, mas os primeiros jogos ainda apresentaram características semelhantes às dos dois últimos anos. Contra o Corinthian Casuals, no sábado, os meias trocavam passes sem conseguir a infiltração.

Tite tem três trabalhos indiscutíveis na carreira –Grêmio, Internacional e Corinthians. Nos três casos, teve o tempo ao seu favor. Serão três anos de contrato. Que ninguém imagine que os melhores resultados virão no primeiro ano.

No caso do São Paulo, há uma sequência. O time de Muricy ganhou cara apenas a partir de julho do ano passado, com as chegadas de Kaká, Alan Kardec, Michel Bastos e Pato, que não se firmou como titular. Kaká foi embora, mas a estrutura da equipe ficou.

Ganso e Michel Bastos são diferentes e a qualidade do passe apareceu no amistoso contra o Vasco "" um passe para gol de cada um.

Dos times da Libertadores, só o Atlético mantém comissão técnica e estrutura de time iguais às do segundo semestre do ano passado. Perdeu Diego Tardelli. Só isso! Como vai ser com o argentino Lucas Pratto em seu lugar, nem Levir Culpi ousa dizer.

Há times promissores, como o novo Palmeiras de Oswaldo de Oliveira e nenhum candidato claro a ser hegemônico como o Cruzeiro foi nos últimos dois anos. Pode ser sinal de mais equilíbrio do que houve no Brasil dos últimos dois anos.

JOGANDO SOLTO

Alan Kardec joga um pouco atrás de Luis Fabiano, um pouco à frente dos meias Michel Bastos e Ganso. Questionado sobre como deve ser seu posicionamento, Kardec respondeu: "Eu estou solto!" Para Muricy, ele tem entendimento do jogo. Sem ninguém pedir, volta para preencher os espaços.

FALSO NOVE?

As primeiras pistas do técnico Vanderlei Luxemburgo é de desejar Marcelo Cirino como centrovante do Flamengo. Não é o lugar dele. Pode ser bom só se jogar com três avantes que se movimentem pelos três lugares do ataque, num 4-3-3. O certo também é Marcelo Cirino jogar solto.


Endereço da página: