Folha de S. Paulo


San Gennaro!

Havia frases desencontradas sobre Valdivia no final da manhã de ontem. "Acho que mesmo se jogar pouco vai ajudar muito", disse o coaching Lulinha Tavares. Desde a hora do almoço, sabia-se que Valdivia jogaria. Na véspera, Dorival Júnior estava desanimado.

Aos 31 do primeiro tempo, Valdivia dominou um rebote do escanteio, correu para alcançar a bola, mancou um pouco e conseguiu tocar para a esquerda. A torcida gritou seu nome. A aflição, a torcida para que o chileno jogasse mesmo sem condições físicas, tudo isso simboliza o que o Palmeiras não pode passar mais.

"Quero brigar pelo título, não contra o rebaixamento", era a frase estampada no setor mais nobre do Allianz Parque.

No sábado, o coaching Lulinha Tavares falou também sobre a sobriedade do zagueiro Lúcio: "Ele está firme e sabe o que não se pode fazer neste tipo de jogo."

Com quatro minutos, Lúcio tentou sair jogando e entregou a bola no pé de Marcos Guilherme. Aos oito minutos, deixou Nathan deitar no seu setor. A jogada resultou no escanteio que, cobrado, resultou no gol de Ricardo.

O Palmeiras contratou 37 jogadores nos últimos dois anos e escalou cinco das divisões de base. Alguma coisa tinha de funcionar na gestão: a base. Mas jogar os garotos no fogo no último jogo valendo uma vaga no inferno...

O Atlético tinha o time inteiro montado nas suas divisões inferiores. Quem revelou Marcos Guilherme, Nathan, Otávio e Douglas Coutinho foi Erasmo Damiani, atual diretor das revelações do Palmeiras.

O Atlético teve mais qualidade de jogo do que o Palmeiras, apesar da pressão ser alviverde. O time de Dorival Júnior não teve futebol, teve fibra.

Digamos que ontem não fosse dia de jogar bem. Era dia de vencer –e nem isso o time conseguiu. Está claro que é preciso mudar. Só não vale dizer do presidente ao massagista porque os sócios votaram pela reeleição semana passada. Alexandre Mattos, diretor-executivo do Cruzeiro, bicampeão brasileiro, tomará posse nos próximos dias.

Sua missão não é gastar nem economizar. É montar uma boa equipe. Uma equipe que possa ser chamada de Palmeiras. No Cruzeiro, fez isso inflacionando salários e produzindo interesses dos investidores para levar talentos para a Toca da Raposa.

Editoria de arte/Folhapress

Assim chegaram Ricardo Goulart e Dedé, por exemplo. Everton Ribeiro foi contratado porque Mattos não desperdiçou a oportunidade.

Se há uma coisa que ajude a refazer o Palmeiras é a base. João Pedro, Nathan, Gabriel Dias, Borel "muitos já o conhecem pelo nome de Gabriel Fernando. Podem ajudar.

Mas hoje é segunda e para sorte "não foi competência" do Palmeiras é só segunda-feira. É dia de pensar numa equipe que brigue por todos os títulos em 2015.

Ontem foi por pouco. Foi por San Gennaro!

O NOVO TÉCNICO

Abel Braga tem proposta do Oriente Médio, mas prefere não ir. Já recebeu proposta do candidato da situação, Marcelo Medeiros, mas está magoado porque Vittorio Píffero, presidente campeão mundial em 2006, não lhe deu nenhum sinal. O Inter está na fase de grupos, mas também precisa decidir logo.

GRUPO DA MORTE

Que é possível perder a vaga na fase de grupos para um colombiano é tão claro que o Corinthians já perdeu. O gol do Inter, aos 50 do segundo tempo, obriga a escolher o técnico rápido. O mais provável é que seja Tite. Silvinho, auxiliar que ia trabalhar em janeiro, pode se transferir para a Internazionale.


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