Folha de S. Paulo


Ainda não escapou

Dorival Júnior completou um turno como técnico do Palmeiras, com seis vitórias, quatro empates, nove derrotas e o mesmo problema dos últimos dois anos: não tem time. São sete titulares mudados do primeiro jogo, contra o Atlético-PR, em agosto, para o 19º, contra o Inter, em novembro.

É óbvio que a qualidade dos jogadores é sofrível, mas o pior é nunca ver a mesma equipe junta.

Do primeiro time da gestão Paulo Nobre, vitória sobre o Oeste em 23 de janeiro de 2013, restam no elenco Fernando Prass, Juninho, Wesley e Patrick Vieira. Dos quatro, só Prass e Wesley jogaram no Beira-Rio.

Como ninguém sabe qual time entrará em campo domingo contra o Atlético-PR, é impossível dizer que a vitória virá.

Não é preciso voltar muito no tempo para ter medo do que acontecerá com o Palmeiras no domingo. Não precisa falar em XV de Jaú, Inter de Limeira, Bragantino e Ferroviária.

Era só ganhar do Tijuana para enfrentar o Atlético-MG nas quartas de final da Libertadores de 2013. Era só vencer o Ituano para ser finalista do Campeonato Paulista de 2014. As duas derrotas custaram eliminações.

No discurso da reeleição, Paulo Nobre falou sobre erros e o candidato derrotado, Wlademir Pescarmona, disse torcer para que ele tenha mesmo entendido o que não deu certo.

Está claro que a falta de ambição para montar foi um equívoco. Não trouxe nem as vitórias nem estabilidade financeira –a dívida cresceu e a receita diminuiu.

Nobre fala corretamente que errou ao esticar demais o elástico em algumas negociações –Alan Kardec teria ficado– e em não produzir as mudanças com mais rapidez.

Em outras palavras, o diagnóstico de que Brunoro não foi a escolha certa existe há mais de um ano, mas só agora será contratado um novo diretor-executivo de futebol.

Será um homem agressivo –desde que o Palmeiras não caia para a Série B.

Mire-se no exemplo do Cruzeiro. Depois de ser nono colocado no Campeonato Brasileiro de 2012, o diretor Alexandre Mattos contratou 23 jogadores. Quer ver como as escolhas foram certas? Na estreia do Brasileirão de 2013, O Cruzeiro utilizou catorze jogadores. Onze deles são bicampeões.

Nos últimos dois anos, o Palmeiras teve um time para a Libertadores 2013, outro na Série B de 2013, modificado para o Paulistão de 2014, diferente do Brasileirão-2014.

Na semifinal do Paulistão, em março, jogaram Tiago Alves, Wellington, Bruno César, Mendieta, Alan Kardec e Vinícius. Mais surpreendente do que estes nomes só saber que Bruno César jogou (!?) contra o Internacional.

Paulo Nobre pode ser melhor no segundo mandato do que foi no primeiro. Vai precisar de boas escolhas e que Dorival saiba escalar seu vigésimo time.

Editoria de Arte/Folhapress

O SALDO DE KAKÁ

Kaká estreou com o São Paulo em sexto. Despediu-se do Morumbi com a certeza do vice. Não teve atuações impecáveis e ajudou mais como coadjuvante que como protagonista. Não foi um destaque do Brasileirão tecnicamente, mas seu comportamento influiu positivamente. O saldo é bom.

MÁ DESPEDIDA

Foi péssima a última impressão de Mano Menezes. Perder de 5 a 2 do Fluminense no jogo da garantia da vaga na Libertadores impede defesa. Time renovado, campanha melhor do que a de 2013, tudo isso ficará na percepção de quem viu o Corinthians dele. Mas a derrota dificulta argumentos a favor.


Endereço da página: