Folha de S. Paulo


Ombros são nova obsessão da moda nas passarelas de Paris

Começou com um ombro só. Totalmente exposto, hoje ele passeia pelas passarelas de Paris desde a temporada de verão 2017, entre setembro e outubro passados. Se o comprimento das saias foi objeto de estudo da moda nos últimos três anos, agora é o formato dos ombros a nova obsessão dos estilistas.

"Double shoulder" (ombro duplo) e "bare shoulder" (ombro nu) foram os termos mais comentados nas resenhas dos desfiles desta estação, que começou mês passado em Nova York e se estende até a terça-feira (7), em Paris, quando acabam as apresentações de inverno 2018.

No primeiro dia da temporada parisiense, a Saint Laurent mostrou várias versões da imagem sexy e fetichista que acompanha a grife desde os tempos do estilista Hedi Slimane. Agora, o belga Anthony Vaccarello aplica alguns dedos a mais de enchimento nos ombros dos vestidos de couro —o material é base de toda a coleção do estilista.

Todo tipo de "shoulder" apareceu na passarela, voltada basicamente para a silhueta dos anos 1980 revista para os dias de hoje. Curtíssimas, as propostas de Vaccarello são todas para a noite, com cartela que variava apenas entre o preto, o branco e o camelo.

Bem diferente de Dries Van Noten, estilista que comemorou seu 100º desfile nesta semana de moda de Paris com uma coleção com as estampas de tons elétricos e geométricas que fizeram a história de sua grife homônima na temporada europeia.

Na celebração do designer não faltaram supermodelos como Alek Wek, 39, Carolyn Murphy, 42, 3 Caroline de Maigret, 42, e muitas ombreiras.

Aplicadas nos casacos enormes, cortados com precisão de alfaiataria, elas seguraram "looks" com jeans e camisa branca de gola alta, detalhes da onda urbana que toma as temporadas de moda desde 2015.

Embora mais contidos que os de Van Noten e Vaccarello, os ombros criados por Alessandro Dell'Acqua para a grife Rochas também se destacaram nos primeiros dias da semana de moda.

Expostos em um tomara-que-caia ou cobertos com uma camada de enchimento, que levantou casacos de pele e jaquetas de alfaiataria, os ombros proeminentes fizeram par com laços amarrados na parte de cima dos vestidos.

Alguns conjuntos remontam aos trajes masculinos dos séculos 18 e 19, com direito a laços amarrados na cabeça e golas rulê combinadas a jaqueta. Dell'Acqua, porém, aplica cores essencialmente femininas, como rosa e azul em tons pastel, e transparências.


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