Esqueça a máxima de que a roupa de escritório precisa ser chata e incolor. Os executivos que circulam pela Pitti Uomo, maior feira de lançamentos de coleções masculinas da Europa, provam que é possível não cair no look básico sapato social, terno e gravata para fechar negócios.
O evento, que acontece duas vezes ao ano em Florença, na Itália, e termina nesta sexta-feira (20) a sua 86ª edição, atraiu compradores das maiores lojas de departamentos e multimarcas do mundo, como Selfridges, Colette, L'Eclaireur, Sacks e Le Bon Marché. O item obrigatório nas malas dos chefes: tênis, muitos tênis.
De cores acesas ou fechadas, os acessórios esportivos são usados com calças de alfaiataria dobradas na altura do tornozelo, a chamada barra italiana. Assim como as camisas, os blazers seguem a cartilha tradicional, azuis ou cinzas, feitos de linho ou seda.
Os tecidos naturais ajudam a esfriar o corpo em dias quentes. À tarde, os termômetros marcavam quase 30 graus em Florença.
Há cerca de dois anos a indumentária esportiva começou a aparecer nas passarelas e nos guarda-roupas fashionistas, mas só agora se infiltra no universo corporativo.
Não à toa, as marcas de acessórios com estandes na feira apostam alto em tênis coloridos, muitos deles de cores fluorescentes, para aquecer as vendas.
A New Balance, marca de sapatos esportivos famosa entre fashionistas, tinha um dos espaços mais disputados pelos compradores.
A grife Ermenegildo Zegna, uma das mais conservadoras da Itália e querida entre os engravatados, apresentou ontem (19) a primeira coleção da nova fase de sua segunda marca, a Z Zegna.
Na passarela, como esperado, vários tênis e slippers, aqueles sapatos mais baixos com fendas laterais.
Os sapatos foram misturados à alfaiataria composta por tecidos tecnológicos e estampas gráficas impressas em base de nylon.