Folha de S. Paulo


Temperança

RIO DE JANEIRO - Os dois candidatos presidenciais passarão grande parte das últimas horas de campanha no Rio. Dilma Rousseff (PT) já esteve duas vezes por aqui nesta semana. Concentrou o foco em locais como Duque de Caixas, na Baixada Fluminense, e Bangu, na zona oeste, com grande número de eleitores com menor renda e escolaridade.

Aécio Neves (PSDB) fez campanha no domingo, mobilizando milhares de apoiadores em Copacabana, zona sul. Com perfil de renda média e alta, Copacabana foi um dos bairros que lhe deram maior votação no 1º turno.

Tanto a petista como o tucano tiveram aqui menos votos do que na média do país. Os eleitores do Rio se dividiram em três. Dilma ficou pouco à frente, com 35,6% dos votos válidos, seguida de Marina Silva (PSB), com 31%, e Aécio, com 26,9%. Os votos brancos e nulos atingiram 14%.

Concentrando 43,44% do eleitorado, a região Sudeste é decisiva para a conquista da Presidência. Com São Paulo dando preferência ao tucano e a disputa apertada em Minas, a definição pode estar na mão dos 12 milhões fluminenses, que formam o terceiro maior colégio eleitoral.

No Rio, segundo o Ibope, Dilma tem 56%, e Aécio, 44% da intenção de votos (considerando os válidos). A petista tem mais de 60% dos eleitores com menor renda e dos com menor escolaridade. O tucano passa de 50% de apoio entre os mais escolarizados e entre os mais ricos.

A campanha acirrada e agressiva provocou a cristalização do sentimento antipetista, em vários estratos, ao mesmo tempo em que estimulou o recrudescimento da militância petista que estava adormecida.

O país vai dividido às urnas. Houve exageros. Impossível prever quem vai chorar, quem vai comemorar. A forma como se acomodará mostrará o grau de maturidade democrática. No respeito à maioria estabelecida. No respeito à minoria divergente. Na segunda, será só uma eleição a mais.


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