Folha de S. Paulo


'Mundo finalmente percebeu' e já questiona 'príncipe herdeiro' saudita

Reprodução/'New York Times'
Charge do 'NYT' ironiza o apoio americano, que vendeu bilhões em armas à Arábia Saudita

O "Le Figaro" até festejou "o despertar diplomático da França": O presidente Emmanuel Macron viajou à Arábia Saudita e tanto fez que conseguiu liberar o primeiro-ministro do Líbano, Saad Hariri, mantido no país. Ele deve chegar a Paris no sábado e depois voltar para casa, em Beirute.

O caso se somou à guerra no Iêmen e outros desmandos em série para levar o "New York Times" a atacar o "príncipe herdeiro" saudita, na charge reproduzida acima e em editorial, com trechos como:

— Usar a fome como arma no Iêmen é crime de guerra, e a Arábia Saudita precisa entender que o mundo está enfim percebendo.

O jornal também revelou que o "príncipe", em sua suposta campanha contra a corrupção, contratou um ex-ministro egípcio celebrizado por "brutalidade e tortura" e que 17 dos presos na capital, Riad, "precisaram de tratamento médico, segundo uma autoridade americana".

Já o londrino "Financial Times" ainda trata os presos sauditas como "suspeitos de corrupção" em sua manchete e destaca, do presidente da petroleira Aramco: "O expurgo por corrupção deveria animar os investidores.

Londres vem tentando seduzir a estatal saudita a abrir capital em sua Bolsa.

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RACHA

O site "The Intercept", fundado pelo jornalista Glenn Greenwald e financiado pelo bilionário Pierre Omidyar, do eBay, se dividiu em relação ao WikiLeaks.

Greenwald tuitou longamente uma quase defesa dos contatos de Julian Assange com o filho de Donald Trump, dizendo não serem grande coisa —e que o WikiLeaks cumpre "funções jornalísticas, geralmente muito bem", mas seu propósito maior é mesmo político.

Na sequência, o "Intercept" publicou texto questionando diretamente os seus argumentos, atacando Assange e defendendo Hillary Clinton.

BILIONÁRIOS

Outro bilionário, Joe Ricketts, da gigante de investimento on-line TD Ameritrade, anunciou que vai fechar os sites nova-iorquinos "Gothamist" e "DNAinfo".

Para revolta de "New Yorker" e outros, a morte dos veículos ocorre em resposta à decisão das duas redações pela sindicalização. Comentário do concorrente "Bklyner" :

— Nós não podemos confiar em bilionários para o futuro.


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